sábado, 31 de outubro de 2020

ANNA FORMIGA – A bruxa que assombrou Curitiba!

Tsug

 

O blog "Cabana do Terror" agora tem um canal no Youtube! Confira a matéria sobre a Anna Formiga em formato de vídeo, clicando no play abaixo: 





A história de Anna Formiga

 

De acordo com informações contidas no livro “Lendas Curitibanos” de Luciana do Rocio Mallon, Anna Formiga foi uma imigrante escocesa de aparência grotesca chamada Ane O'Neil. Acredita-se que ela fugiu de seu país no século XIX para escapar de uma punição por ter matado crianças durante a realização de rituais macabros. Ela teria embarcado em um navio clandestino que teve como destino final o Porto de Paranaguá, no Paraná. Chegando em terras sulistas, ela subiu a serra e chegou à Curitiba, onde se residiu em uma tenda no bairro Umbará, mais especificamente na rua Dr. Pedroza (atualmente denominada de rua Benjamin Lins). Na cidade de Curitiba, ela oferecia serviços de curandeirismo, lia a sorte das pessoas e dava conselhos amorosos.

 

O apelido “formiga” foi atribuído a ela devido a dois motivos: ela tinha o habito de comer muitos doces e tinha o traseiro bastante avantajado. Logo, a comparação com formigas e tanajuras foi feita pelos populares. Alguns relatos indicam que o hábito de comer doces se relacionava aos frequentes casos de hipoglicemia que ela apresentava. Dizem que ela até mesmo aceitava receber doces como forma de pagamento por seus serviços. 

 


 


Anna Formiga fica conhecida por uma matéria jornalística

 


A bruxaria estava em alta em Curitiba em meados dos séculos XIX e XX! Vários jornais traziam em suas matérias supostos casos de feitiçaria. Exemplo disso era o ‘Diário da Tarde’ que tinha uma seção chamada ‘Vitrine do Diabo’, que abordada o assunto com um viés bastante sensacionalista. Foi então que a personagem Anna Formiga ganhou reconhecimento, graças à matéria publicada no dia 8 de maio de 1889. Intitulada como “Feiticeira – Artes de Satanaz”, a publicação noticiava que Anna Formiga morava na rua Dr. Pedroza e era conhecida por manter relações com satanás.

 

Também foi informado que ela teve um desentendimento com um cabo do 13º regimento da cavalaria depois que ele a prendeu por flagrá-la roubando guloseimas em uma confeiteira. Alguns clientes da bruxa pagaram a fiança e ela saiu da cadeia jurando lançar um feitiço para se vingar do cabo. Um dia depois de ser solta, a esposa do cabo teve um terrível pesadelo de formigas invadindo sua casa. Pela manhã, ela encontrou itens incomuns na janela da sua casa: um pires de sal, um cigarro, duas moedas de 10 réis e um coração de cera entrelaçado com fios pardos. Coincidentemente ou não, dias depois disso sua esposa contraiu uma doença que os médicos não souberam diagnosticar e tratar, o que culminou em seu óbito. Dias depois próximo à habitação do cabo, outro feitiço foi descoberto. Esse era composto por uma rã seca com rosas brancas presas nas pernas e um crucifixo na boca, no qual havia enrolado um papel que estava escrito, à tinta roxa, o que foi denominado como um provável feitiço: “Sista, pista, rista, xista. Eu te encanto p’ro mode sê a vontade de Deus”. Esse feitiço teria sido encomendado por um homem que queria separar um casal que morava próximo dali.

 


No dia 13 de maio daquele ano ela também teria se desentendido com um rapaz e o amaldiçoou, dizendo que entregaria a alma dele ao diabo. O rapaz começou a agredi-la e ela teve que fugir dele. Associado a isso, o Diário da Tarde ainda veiculou uma matéria chamada “O caso da feiticeira – Novas notícias”, denunciando que novas bruxarias estavam assolando os curitibanos, mas o jornal não as associou à Anna Formiga. Diante de tudo isso, a imigrante começou a ser cada vez mais perseguida e agredida por populares, que a ofendiam e tacavam pedras. Ela chegou a ser judicialmente acusada de praticar bruxaria contra a esposa do cabo e uma ordem de prisão foi emitida. Porém, após isso Anna Formiga não foi encontrada e nunca mais se teve qualquer notícia de seu paradeiro.

 

 

Teoria da conspiração – Havia uma perseguição dos jornais?

 

Existe uma corrente que acredita que os jornais perseguiam alguns moradores do bairro Umbará que eram desassociados aos demais moradores. Em outras palavras, eles não participavam da “panelinha” que havia naquela comunidade. Na época, a maioria dos moradores do Umbará trabalhava no plantio e comércio de erva-mate. Boa parte desses eram imigrantes italianos e poloneses, predominantemente católicos. Pessoas que não se enquadravam nessas características eram vistas com maus olhos pelo chamado “círculo do erva-mate”. Um curandeiro chamado João Baquiano e uma família de cartomantes que moravam naquele bairro também sofreram as mesmas consequências de Anna Formiga: suas atividades ocultas foram expostas pelo jornal e logo depois eles sofreram perseguição pelos moradores do bairro Umbará. Diante dessas evidências, as suspeitas de que o jornal foi apenas uma ferramenta usada para perseguir essas pessoas não pode ser descartada.

 

 

Atualmente

 

Onde se situava a tenda da Anna Formiga atualmente há um grande hotel de luxo. Alguns funcionários do local afirmam já terem se deparado com vultos estranhos pelos corredores do hotel. Além disso, algumas linhas telefônicas de quartos desocupados misteriosamente tocam durante a noite.

 

 

Referências

Autores.com.br à https://bityli.com/veykW

Bruxaria Brasil à https://cutt.ly/ysy0leL

Câmara Municipal de Curitiba à https://bityli.com/jKLFA

Curanderismo e curandeiros em Curitiba (1899-1912): Discurso e representação no "Diário da Tarde" à https://cutt.ly/hsdHnyq

O Jornalismo Paranaense e o Contraste Pagão: um estudo de caso do Diário da Tarde à https://cutt.ly/Pa2Fnb7

 

 

 

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

ESTRADA VELHA DE BRAGANÇA – O local de sons misteriosos!

 Gustavo Valente

 

Localização

 

A estrada velha de Bragança atualmente é um trecho de aproximadamente 500 metros situado no distrito de Terra Preta, pertencente ao município paulista de Mairiporã. Ela foi construída no ano de 1769, quando a Câmara paulistana determinou que fosse feito um trajeto entre São Paulo e a região de Juqueri. Um dos trechos dessa via inicialmente ficou conhecido como "Caminho de Juqueri" e, posteriormente, foi chamado de “Estrada Velha de Bragança”. Atualmente ela funciona como uma ligação entre a Rodovia Fernão Dias e a Rodovia Arão Sahm.


 



 Eventos paranormais

 

Nessa estrada é relatado um evento paranormal que foi popularmente chamado de “tapa n’água”. Esse nome foi dado por vários transeuntes e moradores daquele local, que testemunharam a ocorrência de um ruído semelhante a um tapa desferido sob uma superfície d’água. Quando ocorre essa manifestação, sempre são ouvidos dois tapas, um logo na sequência do outro. O que mais impressiona nesses relatos é que, ao longo da estrada, não existem rios, lagos ou qualquer outro corpo d’água que poderiam ser a fonte daqueles ruídos. Uma lagoa a 160 metros da estrada é o corpo d’água mais próximo a ela. Mesmo que o tapa fosse dado nas águas desse lago, pela distância seria impossível que o som ecoasse com nitidez até a estrada. Além disso, o lago fica na margem oposta da movimentadíssima Rodovia Fernão Dias, então por mais alto que fosse o tapa, esse seria abafado pelos veículos que trafegam naquele local.

 



 

Antigo cemitério seria a fonte dessa manifestação?

 

De acordo com algumas fontes, um dos primeiros cemitérios de Mairiporã foi construído justamente próximo à Estrada Velha de Bragança em 1924. Hoje em dia não existem mais evidências desse cemitério. Nas margens da estrada existem apenas algumas casas galpões, comércios e lotes vagos. Teria esse antigo cemitério alguma ligação com esses eventos paranormais que acontecem no local? Pela falta de mais informações sobre essas ocorrências, só nos resta teorizar...




 Referências

Assombrado à https://cutt.ly/UsGrxlv

Câmara Municipal de Mairiporã à https://cutt.ly/nsRdN9m

Mairiporã População à https://cutt.ly/DsGu9s9