quarta-feira, 10 de junho de 2020

BURACO MEL – O poço sem fundo que ressuscita animais!


Gustavo Valente


Revelação de um local misterioso

Radio host Art Bell died of accidental drug overdose | Las Vegas ...
Radialista Art Bell
Tudo começou com o programa Coast to Coast AM, um famoso talk-show comandado pelo radialista Art Bell que abordava tópicos relacionados a teorias da conspiração e questões paranormais. O Coast to Coast AM era um programa de rádio noturno que contava com uma audiência semanal de aproximadamente 2,75 milhões de pessoas e era transmitido em mais de 600 estações de rádio nos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Na edição de 21 de fevereiro de 1997 Bell recebeu um fax de ouvinte chamado Mel Waters, que relatava um local misterioso. Bell não teve dúvidas em ligar para esse ouvinte e coloca-lo no ar para contar essa estória.

Embora não tenha dado detalhes mais específicos sobre a localização exata, Waters afirmou que em sua antiga pequena propriedade rural a 15 quilômetros a oeste do município de Ellensburg (no Condado de Kittitas, Estado de Washington) existia um buraco misterioso, com cerca de um metro e oitenta de largura e com um muro de pedra de um metro de altura ao seu redor. Até então, nada de anormal. Era apenas mais um poço.

De acordo com Mel, ele tinha comprado a propriedade há dois anos. O proprietário anterior havia vivido lá por aproximadamente 40 anos. Desde a época do antigo proprietário, aproximadamente 20 pessoas da região sempre usavam o buraco para descarte de materiais velhos, como geladeiras, pneus ​​e até mesmo animais mortos. Mas por algum motivo, aquele buraco nunca se enchia. Mesmo após entulhos e entulhos serem despejados nele, não era possível nem mesmo enxergar seu fundo. Ninguém também jamais ouviu o som do impacto de algum objeto descartado atingindo uma superfície.

Getting to the bottom of Mel's Hole | News | dailyrecordnews.comIsso despertou muito o interesse em Mel Waters em saber qual seria a profundidade daquele buraco. Ex-pescador de tubarão, como ele se auto intitulou, ele decidiu usar linhas de pesca de 20 libras para tentar atingir o fundo. Inicialmente ele usou 1.500 pés de linha (460 metros) com uma bala (da marca “Lifesavers Candy”, que é parecida com Mentos) amarrada na ponta. Sua teoria se fundamentava na crença de que o fundo daquele buraco seria preenchido com água e, ao atingir essa camada, bala seria dissolvida pela umidade. Mas após recolher a linha, a bala continuava inteira e totalmente seca. Então ele partiu pra sua segunda tentativa: amarrou um peso de meio quilo na ponta da linha para tentar sentir quando ele tocasse fundo. Emendando linha após linha, ele chegou a usar 80.000 pés (quase 24,5 km) de linha e o peso ainda não havia tocado nenhuma superfície. Por causa disso, Mel passou a considerar aquele buraco como um poço sem fundo.

O público do Coast to Coast AM ficou bastante intrigado com aquele relato. Logo após a participação de Mel, várias pessoas ligaram para Art Bell propondo algumas estratégias para determinar o quão profundo seria aquele poço. Desde o uso de radares e até mesmo atirar um gato vivo, os ouvintes eram muito criativos em suas ideias, mas nenhum dava uma solução definitiva. Art Bell chegou a sugerir que um voluntário fosse abaixado pelo poço para informar o que havia nele, mas o próprio Mel se mostrou contrário a isso por não ser possível garantir a segurança. Mesmo assim, alguns ouvintes entraram em contato se voluntariando a descer pelo poço.

Em um ponto da entrevista, Art Bell perguntou se Mel pularia no buraco se soubesse que estava com uma doença terminal. Mel surpreendentemente disse que sim e relatou que em seu testamento constava seu desejo de ter o corpo depositado nele quando morresse.

Despierta al futuro: El perturbador caso del agujero de Mel


Casos sobrenaturais cercam o buraco

Certa vez um caçador utilizou o buraco para se livrar do cadáver de seu cão, mas dia depois o cão apareceu vivo, correndo nas florestas da redondeza usando a mesma coleira. Desde então o buraco ficou conhecido como um local mágico capaz de ressuscitar animais mortos cujos corpos tenham sido lançados nele (isso lembra muito o enredo do filme “Cemitério Maldito”). Apesar disso, os animais pareciam temer o buraco. Mel relata que seus cães o seguiam para todo local, mas eles jamais se aproximavam quando ele ia em direção ao buraco. Mesmo quando tentavam puxa-los, os animais cravavam suas patas no chão e resistiam. Até mesmo os animais que ele criava nas pastagens da propriedade nunca se aproximaram daquele local.

Outros acontecimentos estranhos também foram relatados durante a entrevista. Waters afirmou que certa vez presenciou, juntamente com outras testemunhas, um feixe negro saindo do buraco. Logo após, rádios portáteis que alguns levavam se ligaram e começaram a tocar transmissões de rádios antigas. Mesmo quando se tentou mudar a sintonia do rádio, ele permanecia nessa mesma estação que tocava músicas antigas.


Mel Waters fez novas participações no programa Coast to Coast AM no ano de 2002 (que serão melhores detalhadas em tópico específico). Nessas edições ele destacou algumas informações novas, como a capacidade do poço em alterar a propriedade de metais. De acordo com Mel Waters, ao segurar um objeto de metal próximo à entrada do poço eles se transformariam magicamente em outros tipos de metais. Além disso, Mel Waters afirmou que certo dia ele achou um envelope chinês contendo moedas em seu interior. Eram moedas de 10 centavos fabricadas em 1943, estampando o rosto do presidente Roosevelt. Entretanto, nessa data não existiam moedas de 10 centavos com o rosto de Roosevelt. Além disso, moedas norte-americanas sempre indiciam a inicial da cidade em que elas são fabricadas. No caso dessas misteriosas moedas, a marcação era a letra “B”. Só que nenhuma cidade que fabricava moedas nos Estados Unidos em 1943 se iniciava com essa letra.


Governo norte americano confisca o terreno

Um dia após a primeira entrevista à Coast to Coast AM, Mel Waters estava caminhando em sua propriedade próximo ao buraco, quando viu um homem trajando terno e, a certa distância, vários usando macacão de proteção biológica. O homem de terno se apresentou como um oficial do governo norte americano e relatou a ele que havia acabado de ocorrer um acidente aéreo naquela área. Mel não engoliu esse papo e questionou o fato de não haver fumaça ou destroços em nenhum local. Uma discussão entre eles teria começado, e segundo Mel o oficial chegou até mesmo incrimina-lo por motivos não reais (tráfico de drogas). Mas no final, Mel aceitou passar o controle daquelas terras em troca de uma indenização de aproximadamente US$ 250.000,00. Com o dinheiro da indenização ele decidiu se mudar para a Austrália, onde ele passou a trabalhar como protetor de vombates (pequenos marsupiais australianos).


Em busca do Buraco de Mel

Red Elk
A localização exata do buraco nunca foi determinada, embora algumas testemunhas afirmem tê-lo visto. Mel Waters em seu relato inicial disse apenas que ele ficava no meio de cadeias montanhosas chamadas Manastash Ridge, a cerca de 15 km do município de Ellensburg.

Um curandeiro local mestiço, chamado Gerald R. Osborne (também conhecido por Red Elk, seu nome como nativo norte americano), em entrevista para o próprio Coast to Coast AM em 2008 e para estação de TV KOMO de Seattle em 2012 ratificou que aquele local realmente exista. Ele contou que seu pai (um nativo da região) havia lhe mostrado o poço em 1961 e afirmou, sem nenhuma fundamentação, que a profundidade daquele buraco poderia ser de 24 a 45km. Ainda de acordo com Osborne, o governo matinha uma base secreta no local, uma vez que a atividade alienígena era bastante frequente. Raças de alienígenas reptilianos supostamente habitavam aquela região há vários anos. Ele também sempre carregava consigo algumas tralhas que, de acordo com ele, eram oriundas de espaçonaves alienígenas.

Um registro de 2002 Red Elk teria liderado uma expedição com 30 pessoas para localizar o buraco. Entretanto, mesmo liderado por um explorador experimente, o grupo não foi bem sucedido na missão de chegarem até o Buraco Mel.


Segunda participação de Mel Waters – Outro buraco?

Em 2002 Mel Waters fez uma nova participação no programa de Art Bell. Ele começou seu relato expondo uma possível perseguição em que ele era o alvo. De acordo com ele, quando havia estado nos Estados Unidos em 1999 para ajudar um sobrinho com uma mudança, ele pegou um ônibus na cidade de Tacoma com destino a Olympia. Durante a viagem, houve uma briga no ônibus e a polícia pediu para Mel dar uma declaração sobre o ocorrido. Nesse ponto, houve um vazio nas suas memórias e ele só se lembra de acordar 12 dias depois em um beco na cidade de São Francisco, espancado e faltando-lhe alguns dentes molares.

Mel Waters afirmou também que em setembro de 2001 ele foi convidado para ir até Nevada por um grupo de imigrantes bascos. Desde 1800 na região, os imigrantes criavam ovelhas e cultivavam plantas medicinais na região, e demonstravam grande interesse nas experiências de Mel Waters. Quando Mel Waters analisou algumas plantas cultivadas pelos bascos, ele notou que algumas eram muito parecidas com plantas que cresciam ao redor do buraco da sua antiga propriedade. Foi quando os colonos o levaram até o vilarejo, onde bem no centro também havia um buraco. Eles afirmaram que o buraco também não teria fundo e já estava lá quando os primeiros bascos chegaram à região. Por consideraram aquele buraco como um ponto espiritual, eles estabeleceram residência ali e construíram as casas ao redor dele.

O buraco tinha quase 3 metros de largura e era envolto com uma borda de metal, que se estendia poço abaixo, até onde os olhos podiam enxergar. Mel Waters afirmou que o aro de metal produzia um campo de calor ao seu redor. Uma das propriedades desse buraco era a capacidade de anular qualquer som em seu interior. Mesmo quando algum objeto atingia a borda de metal, o impacto não produzia nenhum som. Assim como observado no Buraco Mel, os animais também temia esse local e evitavam se aproximar dele.

Inspirados nas experiências que Mel Waters já tinha com o primeiro buraco, foram feitas algumas tentativas de descobrir mais propriedades daquele poço. O primeiro experimento foi uma tentativa de determinar a fonte do calor que o poço irradiava. Então um balde contendo gelo foi descido pelo buraco por aproximadamente 150 metros. Enquanto isso, outro balde com gelo era mantido na superfície, para eles poderem ter um padrão comparativo. Eles esperaram até que metade do gelo do balde derretesse para içarem o outro balde de volta. Surpreendentemente o balde que havia descido pelo buraco ainda estava com o gelo inteiro. O mais surpreendente é que as pedras de gelo estavam mornas, mas mesmo assim permaneciam sólidas.

O tempo ia passando e mesmo assim o gelo permanecia íntegro. Instigados por isso, eles decidiram jogar aquelas pedras de gelo em uma fogueira para tentar derrete-los. Mas ao invés de derreter, o gelo entrou em combustão produzindo uma grande chama amarelada. De acordo com Mel Waters, ele tinha a informação que aquele gelo permaneceu queimando por meses e acreditava que ele pudesse estar em combustão até naquele momento da entrevista. Os colonos chegaram até mesmo a usar as pedras de gelo em combustão para alimentar a chama de fogões ou como aquecedor das cabanas durante o inverno.

Os bascos tentaram repetir o experimento para obter mais gelos como aqueles, mas nunca conseguiram obter os mesmos resultados. Foi então que um dos aldeões decidiu descer pelo buraco para descobrir o que de tão misterioso tinha ali. Logo ele foi desestimulado pelos outros colonos que sugeriram a ele utilizar uma das ovelhas para essa finalidade. A ovelha se debateu muito e fez de tudo para evitar que fosse levada até próxima ao buraco. Mas com a força de vários bascos, ela acabou sendo colocada em uma caixa e essa foi abaixada por 450 metros buraco abaixo. Lá a caixa foi deixada por 30 minutos até ser suspendida à superfície novamente. Os bascos perceberam que a caixa permaneceu íntegra, entretanto o animal havia morrido.

Um dos aldeões, que era açougueiro, decidiu abrir o animal para fazer uma “necropsia”. A ovelha parecia ter sido cozida por dentro e, no seu interior, também havia uma grande quantidade de uma substância que tinha aspecto de gel. Outro achado que chamou a atenção foi a presença de um enorme tumor no animal. Após dissecar o tumor, foi revelado que em seu interior havia uma criatura de 18 centímetros. Ela tinha olhos humanos, nadadeiras e um cordão umbilical que a ligava ao tumor. Essa criatura era descrita como algo parecido com um feto de foca. Após “nascer”, a criatura partiu o cordão umbilical e começou a rastejar sobre a mesa que estava disposta. Ela olhava para Mel sem parar, como se sentisse algum tipo de conexão com ele. Então ele a pegou em mãos e a colocou sob o solo. Depois de soltá-la, ele reparou que sua mão ficou suja com uma gosma que cheirava a ozônio. Mesmo no chão, a criatura fintava todos os presentes com seus olhos, de maneira bastante perturbadora. Ela continuou se arrastando pelo chão seguindo sempre o mesmo sentido: a direção do buraco. Mel decidiu ajudar a criatura e a colocou próxima a borda do poço. Então a criatura teria feito uma espécie de aceno para os presentes e mergulhou de volta ao buraco.


Coincidentemente, Mel Waters relatou que após essa experiência um letal e avançado câncer de esôfago que havia sido diagnosticado nele em agosto daquele ano simplesmente desapareceu. Ele acredita que a única explicação para a cura tivesse alguma ligação com aquela criatura.

Antes de Mel Waters deixar o vilarejo, um ancião aproximou dele e disse não estar surpreso com nada aquilo que havia acontecido, já que ele sabia que aquele buraco era algo de natureza mágica. O velho ainda o presenteou com um objeto que havia encontrado próximo ao buraco: um centavo de Roosevelt datado de 1943.


Terceira participação de Mel Waters – novidades sobre o buraco, gelo ardente e a criatura

Em dezembro de 2002 Mel Waters fez a última participação no Coast to Coast AM. Ele informou que desde que ele tinha feito o relato sobre o segundo buraco, helicópteros começaram a sobrevoar a região colonizada pelos bascos. Mel também disse que tinha recebido a informação que a borda metálica do poço começou a se tornar invisível quando se tomava certa distância dela. Coincidentemente a moeda de 1943 também desparecia da vista quando há certa distancia, além dela também não aparecer em scanners e fotografias.

Sobre o gelo ardente, o sujeito que estava utilizando-o em seu fogão contou que o gelo estava sugando toda a umidade do ambiente, fazendo com que ele ficasse sempre com sede e com a pele ressecada. Certo dia quando o homem voltava para sua cabana, ele se deparou com ela toda desintegrada em uma pilha de pó de madeira seca.

Ele também informou que, de acordo com os bascos, a criatura que naceu do tumor da ovelha havia subido pelo poço e ido à vila várias vezes. De acordo com Mel Waters, aquele ser poderia ser um “rock flyer”, uma criatura lendária que vive debaixo da terra. Os aldeões ainda teriam encontrado uma maneira de se comunicar com ela. A criatura teria então os advertido sobre os riscos de utilizar o gelo ardente de maneira “indisciplinada e gananciosa”. Isso poderia destruir até mesmo a Terra! Em outra comunicação, ela também teria dito que seres inteligentes de outros mundos previram que no futuro os humanos se autodestruiriam em uma grande guerra nuclear.


Apenas uma estória inventada?

Incialmente cabe ressaltar que o programa Coast to Coast AM sempre buscou abordar temáticas relacionadas ao sobrenatural e oculto, o que fez com que o programa fosse algumas vezes alvo de enganadores. Art Bell permitia que qualquer um ligasse e contasse no ar suas experiências e relatos. Portanto essa falta de triagem comprometia a credibilidade do programa.

Em certo ponto das entrevistas de 2002, Mel Waters é acusado de fantasiar muito as estórias que envolvem o buraco. Com o perdão do trocadilho, seus relatos passaram a ficar cheio de “furos”. O relato da perseguição e a tentativa de emplacar o buraco dos bascos, como todos casos absurdos que o circundavam, não foi tão bem aceito e comprometeu até mesmo a credibilidade da sua primeira participação.

Para investigar a veracidade do relato e buscar mais pistas, repórteres fizeram pesquisas sobre o nome de Mel Waters. Entretanto, os registros públicos do Condado de Kittitas local não mencionavam nenhum Mel Wates que viveu, votou ou pagou impostos ali. Da mesma forma, nenhum registro de propriedade privada e transferência de propriedades constando esse nome foram encontrados. Também tentaram, sem sucesso, localizar a esposa de Waters. Durante a participação no rádio, ele teria dito que ela trabalhava na Universidade Central de Washington. Mas nenhum funcionário da Universidade se enquadrava nesse perfil.

Os entusiastas do Buraco Mel acreditam que Mel Waters pode ter inventando esse nome para se manter no anonimato, o que explicaria sua ausência nos registros oficiais do Condado de Kittitas. Alguns também afirmam que após o governo tomar as terras de Mel Waters, os registros públicos, bem como o TerraServer (serviço de satélite semelhante ao que temos hoje com o Google Earth) foram manipulados de forma a eliminar qualquer evidência de que Mel, sua propriedade e seu buraco existiram.

E o que os especialistas diriam sobre o Buraco Mel? Jack Powell, geólogo do Departamento de Recursos Naturais do estado, além de ser um renomado técnico, também é um grande conhecedor da região. Para ele, o buraco descrito por Mel Waters dizia respeito a uma mina abandonada a noroeste de Ellensburg que tinha cerca de 30 metros de profundidade. Ele rechaçava totalmente a ideia da existência de um poço sem fundo naquelas terras. Powell sugeriu então que essa mina abandonada serviu como inspiração para o estabelecimento da lenda do Buraco Mel. De acordo com Powell, “suponho que este Mel Waters usou o buraco real como uma espécie de inspiração para compor o seu misterioso em Manastash Ridge”.

Tecnicamente, Jack Powell também afirmou que é geologicamente impossível existir um buraco com aquelas características. O poço mais profundo que ele tinha conhecimento era um de 12 km construído na Rússia em 1989. Uma profundidade tão extensa, como a proposta por Mel, atingiria camadas geológicas de enormes temperaturas e pressão, o que causaria um colapso capaz de comprometer toda a estrutura.

Cabe ressaltar que o estado de Washington tem uma crosta terrestre que varia de 65.000 a 130.000 pés. Uma profundidade de 80.000 pés, como supostamente foi atingida pelas linhas Mel Waters, alcançaria camadas de rocha sólida e magma não viscoso. Estima-se que a temperatura nesse ponto seja de aproximadamente 715 °C, ou seja, temperatura muito superior a que qualquer linha poderia resistir. Será que o buraco teria alguma outra propriedade mágica que faria as linhas não entrarem em combustão? Se não fosse o bastante, alguns físicos calcularam que cada metro de linhas de pesca de 20 libras tem uma massa estimada de 0,162 a 0,254 gramas. Se somar a massa total de linha utilizada, acrescentando o efeito da gravidade sobre elas, o vetor de força resultante seria suficientemente alto para rompê-la.

Alguns céticos também sugeriram que o peso amarrado à ponta da linha poderia já ter tocado algum fundo e Mel, sem perceber isso, continuava a solta-la. O peso da própria linha estendida em certa profundidade do buraco seria capaz de deixa-la tensionada mesmo se o peso amarrado na ponta repousasse sob alguma superfície.


Art Bell tenta emplacar um terceiro buraco!

Em fevereiro de 2005 Art Bell recebeu um convidado chamado Kimberly, que relatou a existência de um buraco ao norte de Manitoba (estado canadense) parecido com os descritos anteriormente por Mel Waters. De acordo com ele, o terreno estava em posse de sua família desde 1700. Alguns nativos teriam dito que aquele era um local onde os espíritos habitavam e frequentemente usavam o buraco para irem até a superfície.

Kimberly disse que, durante sua adolescência, seu pai sempre o levava para acampar naquela área. Certa vez, juntamente com o irmão ele se aproximou do buraco. Era um poço circular, com aproximadamente 9 metros de diâmetro. Em seu redor havia um muro de contenção formado por pedras parecidas com mármore, mas tinham a cor de creme e eram tão finamente polidas que não podia ser arranhado ou danificado quando atingidas por algo. Essas pedras não se estendiam acima do nível do solo, então Kimberly e seu irmão tiveram que cavar alguns centímetros na borda do buraco para medir a espessura daquela parede (que de acordo com ele era de 1 metro).

Ele disse ainda que jogou várias coisas no buraco, incluindo uma lanterna ligada, mas nunca conseguiu determinar o quão profundo aquele poço era. O ponto bastante curioso também é que ao redor do poço, em uma área de mais ou menos 45 metros, todo som vindo do ambiente externo era abafado. Nem mesmo os insetos eram ouvidos quando se estava dentro dessa área. Por causa disso, ela foi chamada por ele de “zona silenciosa”.

Próximo a esse poço também foi relatado que animais mutilados eram encontrados, assim como a ocorrência de atividades ufológicas. Ao final Kimberly afirmou que a propriedade ainda é da sua família e o buraco é totalmente acessível com uma caminhada de 1 hora. Entretanto, o público não demonstrou o mesmo interesse que outrora Mel Waters despertou.


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Sociedade Paranormal de Seattle – Um grupo de estudo sobre o Buraco Mel

O geólogo Powell relatou também que em 2001 um grupo de estudos sobre o Buraco Mel entrou em contato a procura de informações geológicas sobre a região. Ele agendou um encontro com o grupo e deu uma palestra sobre o padrão de geologia de todo Condado de Kittitas e alguns detalhes mais específicos sobre a cadeia montanhosa de Manastash Ridge. Além disso, ele também explanou sobre a impossibilidade de existir um poço com aquelas características, mostrando argumentos técnicos bem fundamentados. Posteriormente, ele guiou o grupo até o antigo poço da mina que ele acreditava ser a inspiração para o mítico Buraco Mel.

Apesar de o grupo ser bastante cordial com Powell, eles não se deram por satisfeitos com aquela explicação e fundaram a Sociedade Paranormal de Seattle para aprofundar suas buscas. Até o presente momento, nenhuma evidência sobre a existência do buraco ou do próprio Mel Waters vieram à tona. Todas as buscas realizadas até hoje não foram bem sucedidas.
Para o blog Cabana do Terror, até que se prove o contrário, a lenda do poço sem fundo foi apenas uma estória inventada para preencher o horário do Coast to Coast AM, que acabou ganhando bastante notoriedade entre os ouvintes.


Exposição de arte

Aspects of Mel's Hole: Artists Respond to a Paranormal Land Event Occurring in RadiospaceUma exposição de arte intitulada "Aspects of Mel's Hole: Artists Respond to a Paranormal Land Event Occurring in Radiospace" (Aspectos do Buraco Mel: artistas respondem a um evento de terra paranormal ocorrendo no espaço-rádio) foi organizada por Doug Harvey, crítico de arte do jornal LA Weekly em 2008 para comemorar os 10 anos da divulgação da lenda. Harvey abordou uma série de artistas para participar da exposição e a resposta foi esmagadora: 41 artistas representaram o Buraco Mel em suas obras.

Posteriormente, um catálogo com 144 páginas foi publicado pelo Grand Central Art Center contendo a contribuição de todos esses artistas. O catálogo está à venda pelo site “The Good Luck Gallery” (referenciado ao final do texto) por US$ 40,00. Abaixo podem ser conferidas algumas dessas obras feitas em homenagem ao Buraco Mel.

America's Most Mysterious Places | Mysterious places, Strange ...Marnie Weber - Mel's Hole


Ouça o relato de Mel Waters

Graças ao site “The Saga of Mel’s Hole” (referenciado ao final do texto), as participações de Mel Waters no Coast to Coast AM podem ser ouvidas na íntegra. Cliquem lá e confiram!


Referências
Daily Record à https://bit.ly/2WBQojz
Grand Central Art Center à https://bityli.com/K69KJ
Hideous Monster à https://bityli.com/iBKMj 
History Daily à https://bityli.com/bPXd4
Rational Wiki à https://bityli.com/WQp5r
The Good Luck Galleryà https://bityli.com/ACCoP
The Saga of Mel’s Hole à https://bit.ly/2TijKBq