Tsug
✞Resumo do caso✞
D. B. Cooper é um nome fictício
usado para se referir a um homem desconhecido que sequestrou um Boeing 727-100
da empresa “Northwest Orient Airlines”. O suspeito utilizou o falso nome “Dan
Cooper” para comprar a passagem, mas devido uma falha de comunicação da mídia durante
a cobertura do caso, ele ficou conhecido como D. B. Cooper.
O sequestro aconteceu no espaço
aéreo entre os estados norte-americanos do Oregon e Washington, no dia 24 de
novembro de 1971. Durante sua ação, D. B. Cooper ameaçou explodir o avião com
bombas que estava em sua bolsa e pediu um resgate de 200 mil dólares,. Para
escapar ileso, ele pulou do avião usando um paraquedas que também pediu no
resgate e desde então nunca mais foi visto. Mesmo com várias perseguições e com
uma investigação minuciosa do FBI, ele nunca pode ser localizado nem mesmo
identificado. Apesar do FBI desistir do caso é investigado até nos dias de hoje
por amadores e autônomos. Mesmo com várias pistas investigadas, ele ainda é
considerado o único sequestro aéreo sem solução na história da aviação dos
Estados Unidos.
✞O sequestro✞
Todo esse caso se iniciou na
cidade de Portland, estado de Oregon, Estados Unidos. Era uma tarde do dia 24
de novembro de 1971, véspera do dia de Ação de Graças, um dos principais
feriados norte-americanos. Um homem portando uma mala preta se dirigiu até o
guichê da Northwest Orient Airlines e comprou uma passagem para o voo 305, com
destino a Seattle, no estado de Washington. O homem se identificou como Dan
Cooper e comprou o bilhete referente ao assento 18 C (ou 18 E ou 15 D, de
acordo com outros relatos), custando US $ 20,00.
Depois de comprar a passagem, Dan
Cooper embarcou no Boeing 727-100 (registro N467US) e sentou em seu respectivo
assento, onde fumou um cigarro e pediu um uísque Bourbon e refrigerante
enquanto a decolagem não iniciava. O voo estava apenas com um terço de sua
capacidade (36 passageiros), mas alguns tripulantes testemunharam
posteriormente que Dan Cooper aparentava ter cerca de 40 anos, altura variando
de 1,78 m a 1,83 m e vestia capa de chuva preta, um terno escuro, mocassins,
uma camisa de colarinho branco bem passada, uma gravata preta e um alfinete de
gravata de madrepérola.
O voo decolou pontualmente as 14
h 50 min. Após a decolagem, Dan chamou a comissária Florence Schaffner que
estava em um assento auxiliar próximo a porta da escada traseira, e a entregou
um bilhete. Pensando em se tratar apenas de uma cantada, a comissária colocou o
bilhete no bolso e nem se deu ao trabalho de verificar seu conteúdo. Foi então
que Cooper se aproximou dela e sussurrou:
“Srta., é melhor você olhar aquele
bilhete. Eu tenho uma bomba”.
Só então Schaffner abriu o
bilhete para ler seu conteúdo. Nele, estava escrito em letras maiúsculas feitas
com caneta hidrográfica:
“Tenho uma bomba na minha maleta.
Vou usá-la se necessário. Quero que você sente-se ao meu lado. Você está sendo
sequestrada”.
A comissária foi até a cabine de
comando relatar o ocorrido. Nesse momento Cooper começou a usar óculos escuro.
O copiloto Bill Rataczak durante entrevista ao programa Witness History, da BBC,
afirmou que “uma outra aeromoça, Tina Mucklow, teve de ficar sentada ao lado
dele durante o voo. Ele ficava sempre com uma mão dentro da pasta, indicando
estar pronto para acionar a bomba”. Rataczak também afirmou que Cooper tinha
planejado e arquitetado tudo muito bem. O fato de pedir 4 paraquedas foi algo
muito bem pensado pelo sequestrador, pois “quando faz um pedido por quatro
paraquedas, dá a entender que poderiam ser para membros da tripulação. Assim
ele sabe que os quatro estariam funcionando, que não receberia um paraquedas
adulterado”.
Após ser comunicado de todo
ocorrido, o piloto William Scott contatou o controle de tráfego aéreo no
Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma que por sua vez comunicou as
autoridades locais e federais. Durante o trajeto, a aeronave fez movimentos
circulares para atrasar a chegada em aproximadamente 2 horas. Cabe ressaltar
que uma viagem normal entre esses dois destinos demora cerca de 50 minutos.
Esse atraso permitiu que a polícia de Seattle e o FBI conseguissem reunir o
dinheiro e os paraquedas para Cooper. Para evitar pânico, os demais tripulantes
foram avisados que a chegada a Seattle seria atrasada por conta de uma pequena
dificuldade técnica. O presidente da companhia aérea, Donald Nyrop, autorizou o
pagamento do resgate e passou instrução para que todos os funcionários
cooperassem com Cooper.
A comissária Mucklow conta que a
todo o momento Cooper reconhecia com precisão as cidades (como Tacoma) e
algumas estruturas (como a Base Aérea McChord) vistas durante o voo e dizia com
precisão o tempo que restaria até chegar ao destino final, deixando
transparecer que ele conhecia bem a região e o trajeto do voo. Ela ainda afirmou que ele era calmo, educado
e bem letrado, bem diferente do arquétipo de sequestradores aéreos na época,
que geralmente eram enfurecidos. De acordo com palavras de Mucklow “ele não
estava nervoso, ele parecia bastante agradável. Nunca foi cruel ou mau. Ele
ficou pensativo e calmo o tempo todo”.
Enquanto a aeronave fazia o
trajeto, os agentes do FBI reuniram dinheiro de vários bancos da região de
Seattle. No total obtiveram 10 mil notas de vinte dólares. A maioria delas
tinha o número de série começando com a letra “L”, indicando que as notas foram
impressas pelo Banco Central Federal de São Francisco. A maioria também carregava
a designação “Série 1969-C”. Os agentes também conseguiram fotografias em
microfilme de cada uma das 10 mil fotos. Cooper detalhou que não aceitaria
paraquedas militares, inicialmente oferecidos. Ele exigiu paraquedas civis com
cordas de abertura operadas manualmente. Depois de procurar muito, a polícia de
Seattle os conseguiu encontrar em uma escola de paraquedismo local.
Cooper pediu mais um uísque e
água enquanto a força tarefa reunia o dinheiro e os paraquedas. O mais curioso
é que ele pagou a conta e insistiu para que Mucklow ficasse com o troco.
✞O pouso✞
Após se reunir com esse grupo, Cooper detalhou seu plano de voo e ordenou que a nave fosse reabastecida. Seu plano era seguir a sudoeste, direção da Cidade do México, à 3 mil metros de altitude (10 mil pés) e na menor velocidade que fosse possível (185 km/h). Outros pontos também foram especificados por Cooper, como manter o trem de pouso baixado na posição de descolagem/aterrissagem, abaixar os flaps em 15°, deixar a cabine de passageiros despressurizada, realizar decolagem com a porta traseira abaixada e sua escada estendida. Depois de passar todas essas informações o copiloto William Rataczak informou a Cooper que a nave não teria autonomia para chegar até a Cidade do México nessas condições, sendo necessário uma escala para reabastecimento. Então Cooper concordou em parar em Reno, Nevada, para tal finalidade. O escritório da Northwest se opôs ao fato do avião decolar com a escada aberta, alegando falta de segurança. Mas Cooper inicialmente foi categórico e irredutível, afirmando que ele garantia a segurança e não mudaria suas ordens. Mas por fim, ele aceitou que a aeronave decolasse com a escada traseira recolhida.
Um oficial da Força Aérea
Americana solicitou uma reunião com Cooper, mas o mesmo recusou. O único
momento em que Cooper apresentou certo desconforto com a situação foi quando o
caminhão de reabastecimento apresentou uma falha de obstrução de vapor na bomba.
Então o caminhão foi substituído por um segundo e depois por um terceiro, até
deixar o tanque completamente cheio.
✞A fuga✞
A aeronave decolou novamente as
19 h 40 min. Sem que Cooper percebesse, o avião foi seguido por dois caças Convair
F-106 Delta Dart da Base Aérea McChord, um abaixo e outro acima do Boeing. Um
Lockheed T-33, retirado de uma missão da Guarda Aérea Nacional, também participou
da perseguição, mas teve que abortar a missão em certo ponto por falta de
combustível.
De acordo com o copiloto Rataczak,
logo após a decolagem a comissária Mucklow “estava na área dos passageiros com
Dan Cooper — foi obrigada a sentar ao lado dele. Mas logo após a decolagem, ela
veio para o cockpit, e ficou conosco. Ele queria ficar sozinho, com a porta
trancada entre as cabines. Pouco depois, recebemos uma chamada pelo interfone.
Era ele dizendo que não conseguia baixar a escada do avião.”
Cooper ordenou que toda
tripulação ficassem na cabine com a porta fechada. Enquanto a comissária
Mucklow se dirigia até a cabine, ela percebeu que Cooper amarrava algo em sua
cintura. Conforme o relato do copiloto Rataczak, Cooper os contatou pelo
intercomunicador para relatar que não conseguia acionar a escada traseira do
avião. Os pilotos desconfiaram que a escada não descia por causa do vento forte
e decidiram diminuir a velocidade do avião. Por volta das 20h a luz referente
ao acionamento da escada traseira acendeu na cabine. Através do intercomunicador,
eles perguntaram se Cooper precisava de ajuda, mas o sequestrador não aceitou e
não respondeu mais nenhuma tentativa de comunicação.
Às 20 h 13 min, a seção da cauda do avião
sofreu um súbito movimento ascendente que exigiu correção por parte dos
pilotos. O avião pousou a 22 h 15 min no Aeroporto de Reno. A escada traseira
ainda estava abaixada, mas isso não causou maiores problemas. Agentes dos FBI,
policiais estaduais, agentes do xerife e a polícia de Reno estavam de prontidão
para receber a aeronave. Foi só então que todos se deram conta que Cooper não
estava mais na nave e que realmente havia pulado durante o trajeto. Nenhum dos
tripulantes das aeronaves que perseguiram o Boing conseguiu ver Cooper
saltando. Cabe lembrar que o sequestrador trajava roupas pretas e a fuga
ocorreu em uma noite muito chuvosa, que pode ter comprometido a visão.
✞Investigação e Descobertas✞
Os agentes do FBI encontraram
algumas evidências de Cooper na aeronave, como 66 impressões digitais, a
gravata preta e o alfinete de madrepérola, além de dois dos quatro paraquedas e
oito bitucas de cigarro Raleigh com filtro. Várias testemunhas que interagiram
com Cooper foram interrogadas e a partir de seus relatos foram construídos
alguns retratos falados do sequestrador, que circulou o país inteiro. De uma
forma geral, as testemunhas o descreveram como um homem provavelmente de boa
formação, gentil, extremamente calmo e que parecia saber exatamente o que
estava fazendo. As comissárias de bordo Mucklow e Schaffner, que foram as
pessoas que tiveram contato direto por mais tempo com ele, prestaram depoimento
em cidades diferentes e fizeram basicamente a mesma descrição física: um homem pardo,
de 1,78 m de altura, 82 kg e olhos castanhos.
A área entre o sudeste de
Washington e norte de Oregon foi delimitada como o provável ponto de pouso de
Cooper. Soldados do exército, agentes do FBI e policiais de vários condados realizaram
uma ampla varredura pela região, mas sem ter nenhum êxito em localizar o
sequestrador. Para tentar delimitar o local do pouso com maior exatidão, o
piloto Scott recriou experimentalmente as condições de voo daquela noite.
Usando a mesma aeronave nas mesmas condições de voo estabelecidas por Cooper,
os agentes do FBI empurraram um trenó de 91 kg pela escada traseira. Assim que
ela foi lançada, sentiu-se no avião a mesma instabilidade observada as 20 h 13
min do dia do sequestro, comprovando que essa foi a hora exata da fuga. Pelo
trajeto do trenó, determinou-se que o pouso poderia ter sido em algum local
próximo ao Rio Lewis, ao Monte St. Helens ou ao Lago Merwin. Todas essas áreas
foram verificadas, em expedições terrestres e por helicóptero, incluindo os
corpos d’água, mas nenhum vestígio foi encontrado. O trajeto inteiro entre a
decolagem e pouso da aeronave também foi investigado. Embora fossem encontrados
várias copas de árvores quebradas e vários pedaços de plástico e outros objetos
semelhantes a dosséis de paraquedas tenham, nada relevante para a investigação foi
obtido. Posteriormente, estudos adicionais concluíram que Dan Cooper poderia
ter pousado em um local mais afastado a sul-sudeste de onde se imaginava,
próximo ao Rio Washougal. Apesar da nova hipótese, nenhuma prova foi
encontrada.
Na primavera de 1972, quando
ocorreu o degelo, cerca de 200 soldados do Exército de Fort Lewis, juntamente
com homens da Força Aérea, Guardas Nacionais e voluntários civis fizeram uma
busca terrestre completa nos condados dessa região. Até mesmo um submarino foi
usado para fazer buscas no Lago Merwin. Novamente nenhuma evidência foi
encontrada. Duas mulheres que moravam na região tropeçaram em uma ossada e logo
comunicaram as autoridades. Aquela poderia ser a solução de todo mistério, mas
após análise, foi determinado que os ossos pertenciam a uma jovem que estava
desaparecida há semanas.
Outra linha de investigação
buscou encontrar Cooper a partir do dinheiro do resgate. O FBI distribuiu a casinos,
hipódromos e instituições financeiras nos Estados Unidos e outros países, uma
lista com os números de série das cédulas entregues ao sequestrador. A mesma
lista foi divulgada publicamente em 1972 pelo procurador-geral dos Estados
Unidos, John N. Mitchell, informando que quem apresentasse tais notas seria
recompensando com 15% do valor apresentado, até um máximo de US $ 25.000. No
ano seguinte, o “The Oregon Journal” republicou os números de série e ofereceu
US $ 1.000 a quem apresentasse essas cédulas ao jornal ou ao FBI. Em Seattle, o
Post-Intelligencer fez uma oferta semelhante, com uma recompensa de US $ 5.000.
Embora várias cédulas fossem apresentadas, todas elas eram falsas. Em 1972,
dois homens usaram notas falsas para enganar Karl Fleming, repórter da
Newsweek. Eles pediram US $ 30.000 em troca de uma entrevista com o Cooper, mas
ao final isso foi apenas um golpe.
Em 1986 o valor encontrado foi
dividido igualmente entre a família Ingram e a seguradora da Northwest Orient, Global
Indemnity Co., mas o FBI ainda manteve consigo 14 cédulas para realização de
mais análises. Em 2008 a família Ingram leiloou 15 dessas cédulas recuperadas,
levantando o montante de US $ 37.000. As outras 9.710 cédulas usadas no
pagamento do resgate nunca foram encontradas.
Outra evidência foi encontrada em
1978. Um caçador estava explorando uma floresta que ficava ao norte do Lago
Merwin, bem sob a rota de voo feita durante a fuga de Cooper. No local, o
caçador encontrou um manual de instruções sobre como baixar a escada de um
Boing 727. Logo foi associada à ideia de que aquele manual foi usado por Cooper
para conseguir fugir da aeronave, mas novamente nada foi comprovado.
No ano de 2000, com o avanço das
técnicas genéticas e moleculares, foi possível detectar vestígios de três
amostras DNA na gravata encontrada na aeronave. No final de 2007 o FBI
conseguiu determinar o perfil desse material, embora ele fosse inconclusivo e
não permitia nenhum tipo de identificação.
A análise dos paraquedas também teve
respostas interessantes. O fato de Cooper pedir 4 paraquedas foi algo muito bem
pensado pelo sequestrador, pois de acordo com Rataczak, “quando faz um pedido
por quatro paraquedas, dá a entender que poderiam ser para membros da
tripulação. Assim ele sabe que os quatro estariam funcionando, que não receberia
um paraquedas adulterado”. A investigação determinou que Cooper utilizou o
paraquedas primário mais antigo disponibilizado a ele. Como paraquedas reserva,
ele utilizou um paraquedas não funcional, que não estava com nenhum tipo de
identificação nesse sentido. Ele era usado aulas teóricas de demonstração pela
escola de paraquedismo de Seattle que disponibilizou os paraquedas. O FBI
enfatizou que o fornecimento de um paraquedas falso foi acidental, uma vez que
no dia do sequestro a coleta dos paraquedas foi feito as pressas na escola.
Em 2009 foi formada a “Cooper
Research Team”, um grupo de populares liderados pelo paleontólogo Tom Kaye, pela
ilustradora científica Carol Abraczinskas e pelo metalúrgico Alan Stone. O
grupo tinha como objetivo investigar o caso de maneira autônoma. Embora tenham
conseguido poucas informações adicionais, eles foram capazes de encontrar e
analisar centenas de partículas minúsculas na gravata de Cooper usando
microscopia eletrônica. A gravata é uma peça de roupa quase nunca lavada e, por
causa disso, está mais sujeita a acumular partículas ao longo do tempo. Dentre as
mais de 100 mil partículas encontradas, destacam-se as de licopódio (provavelmente
de um produto farmacêutico), fragmentos de bismuto, alumínio, cério, sulfeto de
estrôncio e titânio puro. Os resultados sugeriram que Cooper provavelmente
frequentava ambientes relacionados à metalurgia ou à química. O titânio era um
metal muito raro na década de 70, sendo encontrado mais comumente somente nesse
tipo de local. Já o cério e o sulfeto de estrôncio eram usados nas construções
de Boings, o que reforçou a hipótese de que Cooper era um grande conhecedor de
aviação. Outras fontes possíveis desses materiais incluem fábricas de tubos de
raios catódicos, como as empresas Teledyne e Tektronix.
Várias
agências oficiais e amadoras se debruçaram sobre o caso para tentar buscar
respostas concretas. Entre 1976 e 2016, mais de 1000 suspeitos foram
investigados, mas o sequestrador nunca foi encontrado. Surgiram alguns
indivíduos que confessaram ser Cooper, mas no fundo eram apenas populares em
busca de fama. Após mais de 4 décadas de investigação o FBI não encontrava mais
informações relevantes sobre o caso e decidiu encerrá-lo em 2016, para
concentrar e dar prioridades em trabalhos que fossem mais frutíferos e urgentes.
O arquivo do caso possui 60 volumes compilados. No site do FBI há várias
informações sobre o caso, sendo todas evidências abertas à consulta pública.
Apesar
do FBI ter encerrado suas pesquisas, vários investigadores autônomos e amadores
continuaram a se debruçar sobre o caso. Em 2017 um desses grupos encontrou uma
tira de paraquedas com décadas de idade e um pedaço de espuma ao noroeste do
Pacífico. Eles acreditavam que esses materiais pertenciam a mochila usada por
Cooper. Entretanto nenhuma prova mais contundente foi encontrada.
Cooper hoje (2023) teria cerca de 90 anos. Vivo ou morto, o que sabemos é que ele nunca foi identificado. E talvez nunca seja.
✞Teorias✞
Alguns
investigadores do FBI insistem na tese de que Cooper morreu durante seu salto.
As condições climáticas na hora do salto eram muito desfavoráveis, devido à
ventania, frio (- 9 °C), altitude (3.000 m) e chuva. Além disso, ele não estava
trajado vestimenta adequada e nem tinha solicitado um capacete, que é um item
de proteção básica para esse procedimento. Entretanto, nenhum corpo foi
encontrado na região, mesmo após exaustiva varredura. De acordo com o agente especial
da FBI Larry Carr, “mergulhando em uma floresta sem um plano, sem o equipamento
certo, em condições tão terríveis, ele provavelmente nunca conseguiu abrir seu
paraquedas”. Mesmo que ele tenha conseguido abrir o paraquedas e descido
normalmente, o pouso poderia ser fatal dada a topografia, cobertura vegetal e
condições climáticas daquela região. Para tudo ter dado certo, o salto
precisaria ter sido criteriosamente planejado de forma cronometrada, e ele
também teria que ser um profissional experiente em paraquedismo.
Nesse
sentido, devido ao grande conhecimento que Cooper demonstrou sobre a região do
voo e sobre o funcionamento de uma aeronave (visto seus comentários com as
comissárias de bordo e instruções passadas aos pilotos), alguns investigadores acreditaram
que ele podia ser um veterano da Força Aérea com experiência em paraquedismo. O
Boing 727-100 é considerado uma das aeronaves comerciais mais seguras para se
realizar um salto de paraquedas, devido a abertura na parte traseira e a
possibilidade de voar lentamente em baixa altitude sem sofrer muita instabilidade.
A aeronave também tinha uma tecnologia bastante inovadora na época que era o abastecimento
de ponto único. Não era necessário encher diferentes tanques, o que agilizou o
procedimento. Isso tudo reforça a ideia de que Cooper tinha um conhecimento
técnico sobre o tema e essa não foi uma escolha ao acaso.
Surgiu
também a hipótese de que Cooper era apenas um “caçador de emoções” ou alguém
que queria “provar que aquilo era possível”. Entretanto, o mais provável é que a
motivação dele era decorrente uma situação financeira desesperadora e urgente.
Após
o sequestro, a investigação se focou nas denuncias de desaparecimento para
tentar identificar o sequestrador. Entretanto, nenhum desparecido tinha
características em comum com Cooper, levando a crer que ele voltou a sua rotina
normal após o incidente.
Os
trajes elegantes que ele vestia também não foram escolhidos ao acaso. Para
conseguir fugir após o pouso, o mais certo é que ele pediu carona a alguém.
Conseguir uma carona é muito mais fácil quando se está vestido de modo formal
como ele estava.
✞Principais
suspeitos✞
Com base em todas essas
informações obtidas e teorizadas, alguns suspeitos foram encontrados, e outros
até mesmo se apresentaram por livre vontade.
Entre 1971 e 2016, o FBI investigou mais de mil potenciais suspeitos. O
primeiro deles foi um homem de Oregon, chamado D. B. Cooper, que tinha uma
pequena ficha policial. Entretanto, sua ligação com o sequestro foi rapidamente
descartado. A partir daí o sequestrador ficou conhecido popularmente por D. B.
Cooper, já que o jornalista James Long confundiu o nome do suspeito (D. B.
Cooper) com o pseudônimo usado pelo sequestrador (Dan Cooper). Vários outros
veículos embarcaram nesse erro e ajudaram a popularizar esse nome, como foi o
caso do jornalista Clyde Jabin da United Press International e Joe Frazier da
Associated Press.
Retrato falado de D. B. Cooper (esquerda) e Jack Coffelt (direita) |
Em 2003, uma residente de Minnesota chamado Lyle Christiansen assistiu a um documentário de televisão sobre o sequestro e se convenceu de que seu falecido irmão, Kenneth Christiansen (1926–1994), era Cooper. Como FBI nunca deu bola para essa pista, Lyle contratou um investigador particular chamado Skipp Porteous, que posteriormente publicou um livro postulando que Kenneth era o sequestrador, transformado em documentário em 2011. Kenneth Christiansen era um soldado do exército, alistado em 1944, com treinamento em paraquedismo. Quando deixou o exército, ele passou a exercer a função de comissário de bordo. Apesar de ter algumas diferenças físicas (ele era mais baixo e mais magro), ele também era fumante, amante de Bourbon e canhoto (como suspeitava que Cooper fosse, devido o clipe de sua gravata estar preso do lado esquerdo). Ao ver a foto do suspeito, a comissária de bordo Schaffner afirmou que dentre todos suspeitos que lhe foram apresentados, aquele era o que mais se assemelhava com a memória que ela tinha de Cooper, mas que mesmo assim ela não conseguia cravar se era ele ou não. De acordo com o livro, Kenneth teria comprado uma casa com o dinheiro do resgate. Após sua morte em 1994, vítima de câncer, a família encontrou vários bens preciosos e uma conta bancária bem recheada. Um artefato curioso também foi encontrado: uma pasta com várias notícias sobre a Northwest Orient Airlines. Havia notícias sobre a companhia desde a década de 1950 e curiosamente os recortes terminavam justamente em 1971, ano do sequestro. Apesar da grande repercussão do filme e documentário, o FBI descarta a possibilidade de Kenneth ser Cooper devido às diferenças físicas entre ambos. Uma pesquisa feita posteriormente por detetives autônomos descobriu que na verdade Kenneth não comprou uma casa como a história relata, mas sim pagou uma hipoteca de 17 anos. A mesma pesquisa determinou que ele tinha vendido várias terras, o que explica a grande soma de dinheiro observada em sua conta no momento de sua morte.
Uma
mulher chamada Marla Cooper propôs, em julho de 2011, que seu tio Lynn Doyle
Cooper, ex-veterano da Guerra do Vietnã, era o sequestrador. Marla recorda que em
1971, quando tinha 8 anos de idade, seu tio planejava algo muito malicioso e
misterioso na casa de sua avó, em Sisters, Oregon, a 240 km a sudeste de Portland.
Coincidentemente, ela relata, no dia seguinte ocorreu o sequestro do Boing. Seu
tio havia saído de casa com a justificativa de estar indo caçar perus. Conta
Marla que quando ele voltou para casa, estava todo ensanguentado, dizendo ter
sofrido um acidente de carro. Ela também afirmou que ele era fã da HQ de Dan
Cooper. O FBI rapidamente descartou essa possibilidade ao comparar o DNA de
Lynn com o DNA parcial obtido na investigação dos objetos encontrados na
aeronave.
William Pratt Gossett foi um experiente militar que sempre mostrou uma obsessão pelo caso de Cooper, chegando a juntar uma coleção numerosa de informações sobre o sequestro. Pouco antes de morrer, em 2003, ele teria confessado a seus filhos que ele havia cometido o sequestro. Fotos de Gossett tiras em 1971 apresentavam grandes semelhanças com o retrato falado de Cooper. De acordo com Galen Cook, um advogado que investigou a vida de Gossett, o ex-militar teria dado a seus filhos uma chave de um cofre que ficava em Vancouver, Canadá, onde supostamente estava o dinheiro do resgate. Já o filho de Gossett afirma que se recorda do pai estar com maços de dinheiro no natal de 1971, mas que provavelmente ele perdeu tudo em decorrência de seu vício em casinos. Em 1988, Gossett mudou seu nome para "Wolfgang" e se tornou um padre. Para Cook, essa foi uma estratégia para esconder sua identidade, visto a atenção que o FBI estava dando ao caso mesmo após tantos anos. Cook também afirmou, sem revelar os detalhes, que interrogou um passageiro da aeronave sequestrada chamado William Mitchell e obteve uma prova irrefutável: Cooper tinha certa característica física bastante incomum, que coincidentemente também estava presente em Gossett. Após o sequestro, umas supostas cartas do Cooper foram enviadas a alguns jornais. Nunca foi comprovado que elas eram verídicas, mas Cook diz ter evidências que elas partiram de Gossett. Apesar disso, o FBI nunca encontrou evidências plausíveis para considera-lo um potencial suspeito.
Robert
Richard Lepsy era um gerente de mercearia que desapareceu em outubro de 1969.
Três dias após o sumiço, seu veículo foi encontrado no estacionamento do
aeroporto de Michigan, onde segundo investigação ele teria partido para o
México. Após a divulgação do retrato falado de Cooper, a família afirmou que
aquele era Robert. Inclusive, a vestimenta que Cooper utilizava era idêntica a
que Robert usava na mercearia. O FBI nunca considerou essa hipótese.
John
Emil List foi um contador e ex-combatente de guerra que assassinou esposa,
filhos e mãe, 15 dias antes do sequestro. Antes de desaparecer, ele ainda sacou
US $ 200 mil da conta de sua mãe. Ele chegou a ser considerado suspeito devido
a várias semelhanças físicas e pelo fato dele não ter mais nada a perder. List
foi capturado em 1989 e apesar de confessar os assassinatos, nunca assumiu a
autoria do sequestro, o que fez o FBI desconsiderá-lo como suspeito.
Em
2006, dois pesquisadores amadores chamados Daniel Dvorak e Matthew Myers
propuseram um novo suspeito. Tratava-se de Theodore Ernest Mayfield, um veterano
de guerra e paraquedista profissional, que havia cumprido pena em 1994. O
motivo: homicídio negligente, devido o paraquedas de alguns de seus alunos não
se abrirem durante os saltos. Sua ficha criminal também registrava assalto à
mão armada e transporte de aeronaves roubadas. Apesar das características que
poderiam lhe enquadrar como Cooper, o FBI nunca considerou essa hipótese, pois Mayfield
ligou para o agente federal Ralph Himmelsbach durante o sequestro para dar
alguns conselhos voluntários sobre paraquedas. Entretanto, para os dois
pesquisadores, a ligação foi apenas uma forma de ter um álibi e que o agente
poderia estar envolvido e cooperando com o suspeito. Até sua morte, em 2015,
Mayfield nunca assumiu a autoria do sequestro e o FBI sempre descartou seu
envolvimento.
Richard
Floyd McCoy Jr. também foi um ex-combatente do exército americano e
paraquedista ávido que foi colocado sob suspeita. Em 1972, McCoy tentou um sequestrar
um Boing 727 com escadas traseiras no Colorado, utilizando o mesmo modus operandi de Cooper. Ameaçando explodir
a aeronave com granadas, ele exigiu 4 paraquedas e US $ 500 mil. Após o pouso
no Aeroporto Internacional de San Francisco, suas exigências foram cumpridas e
ele ordenou que a aeronave voltasse ao céu e saltou sobre Provo, Utah ,
deixando para trás suas instruções de sequestro manuscritas e suas impressões
digitais em uma revista que estava lendo. Pela caligrafia, McCoy foi
identificado e preso. Posteriormente ele conseguiu fugir da prisão, mas acabou
sendo morto em confronto contra agentes federais. No livro lançado em 1991 pelo
oficial de condicional Bernie Rhodes, intitulado “DB Cooper: The Real McCoy” é
afirmado que McCoy era a identidade verdadeira de Cooper. Além da semelhança
entre o modo de agir, a família de McCoy havia relatado que ele tinha uma gravata
e clipe de madrepérola idênticos aos que Cooper deixou no Boing. No livro
também é afirmado que o agente que atirou em McCoy falou que “quando atirei em
Richard McCoy, atirei em DB Cooper ao mesmo tempo”. Apesar do FBI descrevê-lo
nominalmente em seu site como principal suspeito até hoje, o próprio FBI
descarta essa possibilidade, uma vez que McCoy e Cooper têm diferenças significativas
de idade e de aparência. Além disso, McCoy tinha um nível de paraquedismo bem
superior ao que Cooper demonstrou. Evidências confiáveis afirmam que McCoy
estava em Las Vegas no dia do sequestro e em sua casa, em Utah, no dia
seguinte, jantando no Dia de Ação de Graças com sua família.
Em
novembro de 2018, o jornal ‘The Oregonian’ publicou um artigo que identificou o
veterano da marinha da Segunda Guerra, William J. Smith, como suspeito. Na
época do sequestro, ele tinha 43 anos, idade que coincidia com a que Cooper
aparentava. Depois que saiu da marinha ele trabalhou em uma companhia
ferroviária chamada Lehigh Valley Railroad, até falência da empresa em 1970.
Sem emprego, Smith teria passado por dificuldades financeiras, que o motivou a
realizar o sequestro. Coincidentemente, no anuário do colégio que Smith estudou
havia um ‘Ira Cooper’. Acredita-se que esse colega tenha inspirado sua escolha
de um falso nome. De acordo com essa hipótese, Smith teria ganhado experiência
em aviação e paraquedismo enquanto serviu à marinha. Os minerais encontrados
nos objetos que Cooper deixou na aeronave poderiam se originar das ferrovias
que ele trabalhava, uma vez que minérios eram um dos principais materiais
transportados em vagões de carga. O artigo também observou que um site dedicado
à Lehigh Valley Railroad continha uma foto de Smith, e ele realmente é muito
parecido com o retrato falado de Cooper. Quanto a essa teoria, o FBI apenas
comentou que seria inapropriado comentar sobre suspeitos específicos.
Outro
veterano da Segunda Guerra chamado Duane L. Weber também foi colocado sob suspeita.
Entre 1945 e 1968 ele foi preso seis vezes por roubo e falsificações. Após ele morrer
em 1995, sua viúva, Jo, disse que no leito de morte ele teria assumido ser Dan
Cooper. Jo nem tinha conhecimento sobre esse incidente, então ela foi até a
biblioteca onde encontrou um livro sobre Cooper para estudar mais sobre o caso.
Nele havia várias anotações feitas com a caligráfica de seu falecido marido. Depois
disso, Jo se recordou de alguns acontecimentos que poderiam ter relação com o
sequestro. Certa madrugada, Weber acordou de um pesadelo, dizendo ter sonhado
que pulou de um avião, mas que havia deixado impressões digitais na escada
traseira. Weber também tinha uma importante lesão no joelho, que ele dizia ter
adquirido em decorrência de um salto de um avião. Outra coincidência está no
fato de que Weber tinha o hábito de fumar e beber Bourbon. Em 1979, Weber
viajou até o Rio Columbia, onde ficou caminhando pela sua margem. Meses depois,
Brian Ingram fez a descoberta do dinheiro do resgate na mesma região. O FBI
comparou as impressões digitais de Weber com as encontradas no avião, mas elas
não eram compatíveis. O DNA também não foi compatível, apesar da falta de
integralidade do material genético colhido na aeronave. Por esses motivos, em
1998 o FBI descartou totalmente essa hipótese.
✞Consequências do sequestro✞
Após esse caso de sequestro bem
sucedido, muitos aspectos de segurança da aviação comercial foram revisados. O monitoramento
do conteúdo das bagagens que os passageiros levavam começou a ser feito de
forma mais criteriosa. Além disso, Boing’s 727 foram adicionados de
dispositivos de seguranças adicionais, como uma presilha externa que impedia
que a escada ventral traseira pudesse ser baixada durante um voo. Popularmente
esse dispositivo ficou conhecido como “Vane Cooper”. Outra modificação em
aeronaves foi a instalação de olhos mágicos nas portas da cabine, permitindo
que a tripulação fosse vigiada sem a necessidade de abrir a porta.
Em 1975 a Northwest Orient entrou
na justiça para receber o dinheiro usado no resgate da seguradora Global
Indemnity Co.. A Suprema Corte de Minnesota deu a causa ganha para a companhia
aérea e a seguradora teve que pagar US $ 180.000.
A ação de Cooper inspirou que
outros corajosos tentassem a mesma façanha. Antes mesmo de Cooper, em 1971, o
canadense Paul Joseph Cini tentou sequestrar um avião. Entretanto, quando
largou a espingarda para colocar o paraquedas, ele foi imobilizado pelos
tripulantes. Em 1972 foram registrados 15 casos de tentativas de sequestro de
aeronaves cujo sequestrador exigia paraquedas. Entretanto, nenhum deles foi bem
sucedido.
Anos depois, em 1980, também
houve uma tentativa similar. Glenn K. Tripp sequestrou um voo, exigindo US $
600.000, dois paraquedas e que seu chefe fosse assassinado. Durante o
incidente, uma comissária batizou a bebida de Tripp com diazepam, o que
diminuiu a atividade do sequestrador. Após 10 horas de negociação, ele se
entregou após ter assegurando alguns benefícios. Em 1983 ele estava em
liberdade condicional e sequestrou novamente um voo. Dessa vez, ele acabou
sendo baleado e morto por agentes do FBI.
✞Cooper também era assassino?✞
A hipótese de que o sequestrador
também cometeu homicídio surgiu em 2013, quando Earl J. Cossey foi encontrado
morto em sua casa, em Seattle, com um trauma na cabeça. Mas quem seria esse
cara? Earl J. Cossey nada mais era que o proprietário da escola de paraquedismo
que forneceu os quatro paraquedas dados a Cooper. Logo após sua morte, começou
a se especular que Cooper poderia estar envolvido com isso, como forma de
eliminar alguma evidência. Entretanto, nunca foi descoberto nenhum tipo de
conexão. Além disso, posteriormente os funcionários de Cossey alegaram que um
roubo a sua casa tenha motivado esse incidente.
✞Cooper na cultura popular✞
Pelo seu comportamento paradoxal
de ser um sequestrador ousado e um cavalheiro ao mesmo tempo, Cooper virou uma
espécie de fora da lei cult e inspirou várias obras. O personagem é citado ou
aparece em série de TV, como The Blackist, Prison Break e Numb3rs. O
protagonista da série Twin Peaks dos anos 80 recebeu o nome Dale Bartholomew
Cooper em alusão ao sequestrador. Até mesmo em “Loki”, minissérie da Disney +
ambientada no Universo Cinematográfico Marvel, Loki é visto disfarçado de D. B.
Cooper antes de pular de um Boeing 727.
Loki (Marvel) |
Em vários boliches do noroeste
dos EUA são promovidos eventos temáticos sobre o incidente e a venda de
souvenires em alusão ao caso.
Existe uma celebração chamada “D.
B. Cooper Days” na cidade de Ariel, Washington no quarto sábado do mês de
novembro. Essa cidade foi usada como base pelo FBI durante a investigação em
1971. Os moradores acreditam que Cooper tenha pousado de paraquedas perto do Lago
Merwin, a poucas milhas a sudoeste de Ariel. Para celebrar o acontecimento, no D.
B. Cooper Days a taberna onde o FBI instalou seu escritório serve comida e
cerveja durante todo o dia aos visitantes, muitos deles fantasiados Cooper.
Diversos livros e documentários
sobre o caso (como os citados ao longo do texto), explorando as possíveis e
novas hipóteses continuam sendo lançados até nos dias de hoje.
✞Referências✞
BBC à https://cutt.ly/QhEjYsU
FBI à https://cutt.ly/bjpwc7b
Mental Floss à https://cutt.ly/ZhMtd62
Sábado à https://cutt.ly/njiDIX7
Wikipedia à https://cutt.ly/JhIsqiR