quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

PÈRE FOUETTARD – O cruel ajudante do Papai Noel!

 

Tsug

 

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Papai Noel e seu perverso ajudante

 


O Natal é uma festividade cercada de positividade e simbologia. Dentre esses símbolos, destacam-se o menino Jesus, as árvores enfeitadas, os bonecos de neve e o Papai Noel. O bom velhinho talvez seja um dos símbolos mais charmosos desse período, uma vez que ele está sempre cercado de elementos amigáveis, como ótimos presentes, simpáticos duendes e renas mágicas.

 

O que muitas pessoas não sabem é que outros tipos de criaturas, não tão amigáveis quanto os gnomos e as renas, também acompanham o Papai Noel na sua jornada na noite de Natal. Uma dessas criaturas é o Père Fouettard que exerce uma função totalmente oposta ao do bom velhinho: ele castiga as crianças más!

 

 

Origem

 

Essa lenda data de 1150 e surgiu em uma região entre a França, Bélgica e Suíça. Père Fouettard era um açougueiro que, juntamente com sua esposa, sequestrava crianças ricas para roubá-las. Certa ocasião ele capturou 3 crianças enquanto elas se caminhavam para se matricularem em um internato religioso (existe também a versão que diz que as crianças foram até a casa de Père Fouettard pedir comida depois de se perderem em uma floresta). Ele teria as dopado e depois as cortado em pedaços, colocando-os em um barril de salmoura onde havia pedaços de carne de porco (uma estratégia para aumentar o rendimento de seu produto).

 


Depois disso, um famoso bispo turco, que depois seria canonizado como São Nicolau, apareceu em sua casa e o açougueiro tentou agradá-lo, oferecendo sua “melhor carne”. São Nicolau teria notado a origem daquela carne e executou um milagre: ele ressuscitou os meninos e os levou de volta para casa de seus pais. Depois disso, o açougueiro se mostrou muito arrependido. Graças à clemência de São Nicolau, o açougueiro se tornou seu assistente e passou a segui-lo como forma de buscar perdão pelos pecados cometidos.

 

Desde então, Père Fouettard acompanha São Nicolau durante as festividades de seu dia (6 de dezembro). Nascido em família rica, São Nicolau nunca ansiou desfrutar uma vida de tranquilidade e luxo. Ao invés disso, ele escolheu compartilhar sua riqueza e levar uma vida dedicada a ajudar a tornar o mundo melhor. Então ele partia em várias jornadas dando presente às crianças bem comportadas, como chocolates e sapatos.

 

Por outro lado Père Fouettard fazia o “serviço sujo”. Ele punia as crianças malcriadas, dando-lhes carvão no lugar de presentes e em casos mais graves até mesmo as castigava com seu chicote. Por causa disso, ele também é conhecido pelas alcunhas de “Pai do Chicote” e “Velho do Chicote”. Em alguns países ele ainda é conhecido como Hans Trapp. Dizem que o principal alvo dele são crianças que não se comportam adequadamente com seus pais e não fazem orações. Algumas crianças muito mal comportadas podem ainda ser até mesmo sequestradas por ele, sendo posteriormente alvo de sua prática canibal.

 

Outra vertente acredita que a lenda tenha surgido durante a Guerra Italiana, quando o rei francês Henrique II declarou guerra ao sacro imperador romano, Carlos V, com a intenção de impedir o avanço do Império Romano sobre as terras francesas. Em uma batalha chamada “Cerco de Metz”, ocorrida em na cidade francesa de Metz em 1552, a estátua do Rei Carlos V foi queimada e arrastada pela população resistente. No local em que ela se situava, curtidores a substituíram por uma estátua de um homem armado com chicote e correntes, chamada de “Pai do Chicote”. Quando a batalha se cessou e a cidade foi liberada, os civis que retornaram se depararam com aquela estátua. Esse evento coincidiu com a festividade de São Nicolau, então logo foi feita a associação daquela estátua com a contraparte negativa do santo.

 

 

Aparência

 

Père Fouettard é descrito como um homem de rosto sinistro e cheio de fuligem, que veste roupas escuras, tem cabelos e barba compridos e desgrenhados que ocupam boa parte de seu rosto. Sempre armado com um chicote do tipo martinet e um bastão grande, ele também porta um saco na qual algumas crianças podem ser colocadas e levadas. Nas suas costas ele também leva alguns feixes de madeira. Algumas representações o mostram quase idêntico a São Nicolau/Papai Noel, mas usando trajes negros.

 

Dizem também que ele é bastante barulhento. Ele anda estalando seu chicote, chocalhando correntes e tocando sino. Seus passos são tão pesados que podem ser ouvidos a distância.

 

Outras representações o ilustram como um homem negro, em alusão a fuligem das chaminés que grudam em sua pele quando ele desce por elas. Entretanto, grupos protestaram contra um possível teor racista dessa representação e pediram a abolição do personagem.




  

Acompanhantes de São Nicolau

 

Em diferentes países europeus, é descrito que seres monstruosos, além do Père Fouettard, também acompanham São Nicolau durante sua festividade. Eles também são considerados uma contraparte negativa do santo. Enquanto São Nicolau age como uma boa pessoa, presenteando crianças merecedoras, os outros acompanhantes desempenham a função de castigar as crianças mal comportas. São exemplo dessas criaturas, além do Père Fouettard, o Krampus, Necht Ruprecht, Schmutzli, Frau Perchta (uma bruxa austríaca), Jólakötturin (um ser mitológico felino de origem islandesa) e Zwarte Piet (também chamado de Peter Negro, uma versão holandesa do Père Fouettard).

 

Da mesma forma que o Père Fouettard, vários desses personagens também são associados ao Papai Noel e à festividade no Natal. O motivo dessa ligação será mais bem explicado no tópico a seguir.




 

 

Relação com o Papai Noel

 

Muitos leitores que chegaram até esse ponto do texto não devem estar entendendo uma coisa: se o Père Fouettard foi apresentado como um acompanhante do Papai Noel no início do texto, por que toda sua origem está relacionada a São Nicolau? Quando o bom velhinho será incluído nessa estória?

 

As respostas para essas questões são muito simples. Como o Dia de São Nicolau é próximo ao Natal, com o passar do tempo as duas celebrações se fundiram em muitos países. Ambas passaram a ser celebradas no dia 25 de dezembro. Dessa forma, a simbologia de São Nicolau em presentear crianças boas se tornou parte da celebração do Natal. Por isso as pessoas começaram a trocar presentes nessa celebração e essa se tornou a principal data comercial do ano.


 Entretanto, São Nicolau tem uma representatividade bastante limitada. Em outras palavras, ele abrange apenas a crença de parte das pessoas que seguem o cristianismo, ou seja, os católicos. Outras religiões (até mesmo aquelas dentro do próprio cristianismo, como os protestantes) não viam motivo para comprarem presentes no Natal, já que essa era uma prática ligada ao dia de São Nicolau. Então para desassociar a imagem dos presentes à religião e fomentar ainda mais a economia durante o Natal, surgiu a imagem do Papai Noel para substituir São Nicolau. O Papai Noel funcionaria como símbolo essencialmente econômico, deixando toda a religiosidade de lado. Apesar da mudança de conceitos, a imagem do Papai Noel foi totalmente inspirada em São Nicolau: um bom velhinho que presenteia as boas crianças. Alguns outros elementos foram adicionados para distingui-lo do santo, como os gnomos, as renas e sua casa no Polo Norte. Mas de uma forma em geral, Papai Noel foi apenas um “nome fantasia” atribuído a São Nicolau, de forma a deixa-lo popular em outras crenças além do catolicismo. Dessa forma, todos os aspectos que cercavam São Nicolau acompanharam o Papai Noel, incluindo o Père Fouettard (assim como seus outros assistentes macabros, como o Krampus, Frau Perchta, etc...).

 

Só a título de curiosidade, a imagem do Papai Noel atual foi uma invenção norte-americana inspirada em São Nicolau, feita pelo desenhista Clement C. Moore em 1822. Mais tarde (a partir da década de 1930), o Papai Noel ganharia ainda mais popularidade com sua imagem sendo fomentada nas campanhas publicitárias da Coca-Cola durante o Natal.

 

Por causa da inspiração em São Nicolau, atualmente o Père Fouettard é considerado um elemento natalino que representa a contraparte do bom velhinho, praticamente um anti-Papai Noel. Ele acompanha o bom velhinho nas noites de Natal para punir as crianças que se comportam mal, presenteando-as com carvão e até mesmo as chicoteando.


 

 

Père Fouettard na cultura popular

 

O personagem Père Fouettard é citado algumas vezes na cultura popular, principalmente na França. O Père Fouettard é citado na música “La Fille du Père Noël” (A Filha do Papai Noel) de Jacques Dutronc. Nessa canção é mencionado que o filho do Père Fouettard tem uma queda pela filha do Papai Noel. Ele também é mencionado na canção na canção "Venez Venez St. Nicolas" de Alain DeLorme. Uma peça de piano criada em 1848 por Robert Schumann intitulada como Knecht Ruprecht (outro companheiro de São Nicolau, conforme já abordado) também foi conhecida popularmente como “Le Père Fouettard”.

 

Em Paris, existe um restaurante chamado “Le Père Fouettard” na rua Pierre Lescot. A rede de perfumes francesa chamada “Black Phoenix Alchemy Lab” criou uma linha de fragrâncias chamada “Le Père Fouettard” em 2008, produzida a partir de couro de chicote, pó de carvão, gaufrette e alcaçuz preto.

 

A animação “Le Monde secret du Père Noël” (O Mundo Secreto do Papai Noel) trouxe o Père Fouettard como antagonista . Nessa ocasião ele foi rebatizado de “Gruzzlebeard”.




 

Referências

Coca Cola à https://cutt.ly/QdKclpT

Curious Rambler à https://cutt.ly/MdVStoX

French Entrée à https://cutt.ly/jdVZauF

History Answers à https://cutt.ly/OdPY2Pf

Holidappy à https://cutt.ly/SdF8y6Z

Oásis à https://cutt.ly/HdKfeuC

Wikipedia à https://cutt.ly/xdT02Q2

 

 

 

 

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

FANTASMA DE NEUTEL MAIA – A assombração da gameleira!

 

Tsug


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Neutel Maia, o fundador de Rio Branco - AC

 

Rio Branco, capital do Acre, foi um município fundado em 28 de dezembro de 1882 pelo Cearense Neutel Maia. Tudo começou um ano antes, quando Neutel embarcou no navio a vapor “Apihy” e subiu o Rio Acre, a procura de terras para praticar a extração do látex de seringueiras. Em certo ponto do rio, ele se deparou com uma belíssima gameleira em sua margem. Encantado com aquela árvore, ele escolheu aquele ponto para estabelecer seu acampamento e explorar a região. Logo ele começou a prosperar com suas empresas seringalistas (Volta da Empreza) e de comercialização de gado (Casa NEMAIA & Cia), sendo um dos principais personagens relacionados ao progresso e estabelecimento daquela região como uma comunidade. Inicialmente, a comunidade recebeu o nome de Volta da Empreza, já que o seringal de Neutel era o centro de toda movimentação daquele local. Com a assinatura do Tratado de Petrópolis em 1903, foi criado o território federal do Acre e aquele local passou a ser chamado de Villa Rio Branco. Rio Branco passou a ser considerada a capital daquele estado apenas em 1920.



 Tempos depois, Neutel partiu do Acre e se mudou para o Rio de Janeiro. Por ironia do destino ou pura coincidência, ele foi vítima de um atropelamento na cidade maravilhosa em plena Avenida Rio Branco (o mesmo nome da cidade que ele ajudou a fundar!).

 



 

O fantasma da gameleira

 

Dizem que Neutel gostava muito da região de Rio Branco, cidade que o próprio teve papel fundamental na formação. Sua saída do Acre ocorreu contra sua própria vontade. Algumas fontes afirmam que ele se envolveu em intrigas políticas e sua presença lá se tornou insustentável. Em 1889 ocorreu a Revolução Acreana, na qual Brasil e Bolívia estavam reivindicando aquele território. Por questões comerciais Neutel se posicionou favorável aos bolivianos, mas isso lhe causou muito transtornos, incluindo até mesmo sua prisão. Com a situação ficando insustentável, Neutel se sentiu obrigado a deixar àquela região que tanto tinha apreço. Antes de embarcar para o Rio de Janeiro, Neutel teria rogado uma praga e amaldiçoado aquela cidade que ele mesmo havia fundado.

 

Conforme já mencionado, no Rio de Janeiro Neutel foi vítima de um atropelamento, coincidentemente na Avenida Rio Branco. Depois de sua morte, alguns acreanos que moram próximos à gameleira em que Neutel havia instalado seu acampamento, afirmaram ter visto o vulto de um homem sentando sob a árvore. O mesmo vulto também foi visto caminhando ao entorno dela. Para muitos, aquela manifestação nada mais é que o espírito do próprio Neutel Maia. Neutel era tão ligado àquele local e ficou tão indignado de ter de deixar Rio Branco, que sua alma não conseguiu ir adiante após a morte e permaneceu próxima à gameleira.

 





 A gameleira atualmente

 

Tombada como Monumento Histórico em 1981, a gameleira tem cerca de 20 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro. Com o desenvolvimento de Rio Branco, a urbanização alcançou aquele local. Hoje, à margem da gameleira está situada a Rua da Cunha Matos.

 

Atualmente o local é um dos principais pontos turísticos de Rio Branco. Em 1988 foi construído um calçadão à margem do Rio Acre, bem na altura onde a gameleira está situada. Após uma revitalização da região em 2002, fomentou-se ainda mais o turismo, o lazer, a atividade física e as atrações culturais naquele local.

 



 

Referências

Amino à https://cutt.ly/bd2ewVF

G1 à https://cutt.ly/ud9hW3a

Paranormal Pax à https://cutt.ly/hd0iGek

Veredas Poéticas de Juvenal Antunes à https://cutt.ly/Ed9g86o

domingo, 1 de novembro de 2020

PRAÇA CHORA MENINO – Onde os fantasmas lamentam!

Tsug


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Praça Chora Menino

 

A Praça Chora Menino é situada uma das áreas mais movimentadas de Recife-PE. Com um formato triangular e uma área de 2.674,39 m², ela é localizada no bairro Boa Vista e cercada por prédios residenciais e comerciais. Ela também é um ponto de confluência de movimentadas vias da cidade. Por causa disso, o local é sempre usado por transeuntes que desejam cortar caminho. Além disso, seus vários banquinhos de madeira tipo veneziano são situados sob a sombra das árvores e servem como um ponto de descanso e encontro para a população.

 

De acordo com estudo feito pelo pelo Laboratório da Paisagem da UFPE, existem cerca de 22 espécies de espécies vegetais no local, com destaque para plantas como chuva-de-ouro, palmeira-imperial, dendezeiro, filodendro, mangueira, coração-de-negro, azeitona, baobá e jambeiro.

 

Apesar da beleza e tranquilidade que a praça proporciona, muitos de seus frequentadores sequer faz ideia da tragédia que se relaciona àquele local, responsável pelo logradouro receber o incomum nome de “Chora Menino”.

 



 

Setembrizada – A revolta dos soldados insubordinados

 

Essa assombrada estória data do século XIX, quando uma revolta chamada “Setembrizada” ocorreu na capital de Pernambuco.  O motim foi causado por uma tropa de soldados que não concordavam com o extremo rigor de algumas normas disciplinares militares, como castigos físicos e atraso de pagamentos exercidos por seus superiores hierárquicos. 

 

Então em resposta a esse descontentamento, entre os dias 13 e 16 de setembro de 1831 soldados e civis apoiadores saquearam a cidade e cometeram atrocidades contra vários moradores, incluindo até mesmo crianças. De acordo com o historiador Pereira da Costa, estima-se que de 300 a 500 pessoas foram mortas pela tropa e cerca de 800 indivíduos foram presos. Essas quantidades de pessoas envolvidas com a Setembrizada é quantidade bastante significativa, uma vez que Recife tinha uma população de apenas 100 mil habitantes na época. As ruas ficaram repletas de corpos e muitos desses foram enterrados no cemitério do velho Sítio do Mondego, que se localizava em um local ermo de Recife.

 

 

 

A praça onde as almas manifestam

 

O tempo passou, a cidade cresceu. Antes afastado de tudo, aquele cemitério já estava rodeado de moradias. Os corpos foram então exumados dali e destinados a outros cemitérios. No local foi construída uma praça, batizada de Praça Paissandú, em alusão a principal avenida em seu entorno. Em 1936, o Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco da época, Roberto Burle Marx, foi responsável por uma reforma e revitalização do local. Em 1994, uma nova reforma foi feita no local pela arquiteta da Prefeitura do Recife, Brena Lúcia de Aguiar Remígio.

 

Todo o lado místico e oculto que circunda a praça começa a ser tratado a partir de agora! Testemunhas que frequentaram a praça afirmaram ouvir algo assustador durante a noite e a madrugada: choros e gritos histéricos de crianças! Ainda hoje alguns afirmam ser possível ouvir soluços e choramingos das pequenas vítimas de um massacre da Setembrizada. A fonte daqueles sons nunca foi encontrada e essas manifestações ocorrem mesmo quando a praça está completamente vazia, sem nenhuma criança por perto.

 

De acordo com palavras de um morador local, “Eu moro aqui, na parte debaixo da praça. O ruim é passar a noite inteira ouvindo crianças chorando sem saber de onde vêm os choros.”



 

Por esse motivo, a praça foi rebatizada. Ela deixou de ser chamada de Praça do Paissandú e recebeu o nome de Praça Chora Menino. Ainda em alusão à lenda que assombra àquele local, na praça existe uma escultura de uma mulher segurando uma criança nos braços.


 

Registros históricos como os citados no livro “Assombrações do Recife Velho” do sociólogo Gilberto Freyre, indicam que antes mesmo da construção da praça, já era possível ouvir choro de crianças quando se passava por aquela região. Exemplo disso é a litografia que ilustrava o local de Luiz Schlappriz. Ela foi feita em 1863 e foi intitulada de “Chora Menino”.

 



 

Explicações científicas

 

Para os céticos, os sons de choro nada mais são que o coaxar de um tipo específico de sapo que já foi encontrado naquela região. Entretanto, quem já ouviu a manifestação se nega a aceitar essa teoria: os choros e lamentações são muito característicos, impossíveis de serem confundidos com outro tipo de som!

 



 

Referências

Foursquare à https://cutt.ly/2s6C8d3

O Recife Assombrado à https://cutt.ly/SsC04Bc

Pernambuco.com à https://cutt.ly/EdkAFEB

Praças & Parques do Recife à https://cutt.ly/qs6K2jl

Reverso à https://cutt.ly/zs3YY5D

sábado, 31 de outubro de 2020

ANNA FORMIGA – A bruxa que assombrou Curitiba!

Tsug

 

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A história de Anna Formiga

 

De acordo com informações contidas no livro “Lendas Curitibanos” de Luciana do Rocio Mallon, Anna Formiga foi uma imigrante escocesa de aparência grotesca chamada Ane O'Neil. Acredita-se que ela fugiu de seu país no século XIX para escapar de uma punição por ter matado crianças durante a realização de rituais macabros. Ela teria embarcado em um navio clandestino que teve como destino final o Porto de Paranaguá, no Paraná. Chegando em terras sulistas, ela subiu a serra e chegou à Curitiba, onde se residiu em uma tenda no bairro Umbará, mais especificamente na rua Dr. Pedroza (atualmente denominada de rua Benjamin Lins). Na cidade de Curitiba, ela oferecia serviços de curandeirismo, lia a sorte das pessoas e dava conselhos amorosos.

 

O apelido “formiga” foi atribuído a ela devido a dois motivos: ela tinha o habito de comer muitos doces e tinha o traseiro bastante avantajado. Logo, a comparação com formigas e tanajuras foi feita pelos populares. Alguns relatos indicam que o hábito de comer doces se relacionava aos frequentes casos de hipoglicemia que ela apresentava. Dizem que ela até mesmo aceitava receber doces como forma de pagamento por seus serviços. 

 


 


Anna Formiga fica conhecida por uma matéria jornalística

 


A bruxaria estava em alta em Curitiba em meados dos séculos XIX e XX! Vários jornais traziam em suas matérias supostos casos de feitiçaria. Exemplo disso era o ‘Diário da Tarde’ que tinha uma seção chamada ‘Vitrine do Diabo’, que abordada o assunto com um viés bastante sensacionalista. Foi então que a personagem Anna Formiga ganhou reconhecimento, graças à matéria publicada no dia 8 de maio de 1889. Intitulada como “Feiticeira – Artes de Satanaz”, a publicação noticiava que Anna Formiga morava na rua Dr. Pedroza e era conhecida por manter relações com satanás.

 

Também foi informado que ela teve um desentendimento com um cabo do 13º regimento da cavalaria depois que ele a prendeu por flagrá-la roubando guloseimas em uma confeiteira. Alguns clientes da bruxa pagaram a fiança e ela saiu da cadeia jurando lançar um feitiço para se vingar do cabo. Um dia depois de ser solta, a esposa do cabo teve um terrível pesadelo de formigas invadindo sua casa. Pela manhã, ela encontrou itens incomuns na janela da sua casa: um pires de sal, um cigarro, duas moedas de 10 réis e um coração de cera entrelaçado com fios pardos. Coincidentemente ou não, dias depois disso sua esposa contraiu uma doença que os médicos não souberam diagnosticar e tratar, o que culminou em seu óbito. Dias depois próximo à habitação do cabo, outro feitiço foi descoberto. Esse era composto por uma rã seca com rosas brancas presas nas pernas e um crucifixo na boca, no qual havia enrolado um papel que estava escrito, à tinta roxa, o que foi denominado como um provável feitiço: “Sista, pista, rista, xista. Eu te encanto p’ro mode sê a vontade de Deus”. Esse feitiço teria sido encomendado por um homem que queria separar um casal que morava próximo dali.

 


No dia 13 de maio daquele ano ela também teria se desentendido com um rapaz e o amaldiçoou, dizendo que entregaria a alma dele ao diabo. O rapaz começou a agredi-la e ela teve que fugir dele. Associado a isso, o Diário da Tarde ainda veiculou uma matéria chamada “O caso da feiticeira – Novas notícias”, denunciando que novas bruxarias estavam assolando os curitibanos, mas o jornal não as associou à Anna Formiga. Diante de tudo isso, a imigrante começou a ser cada vez mais perseguida e agredida por populares, que a ofendiam e tacavam pedras. Ela chegou a ser judicialmente acusada de praticar bruxaria contra a esposa do cabo e uma ordem de prisão foi emitida. Porém, após isso Anna Formiga não foi encontrada e nunca mais se teve qualquer notícia de seu paradeiro.

 

 

Teoria da conspiração – Havia uma perseguição dos jornais?

 

Existe uma corrente que acredita que os jornais perseguiam alguns moradores do bairro Umbará que eram desassociados aos demais moradores. Em outras palavras, eles não participavam da “panelinha” que havia naquela comunidade. Na época, a maioria dos moradores do Umbará trabalhava no plantio e comércio de erva-mate. Boa parte desses eram imigrantes italianos e poloneses, predominantemente católicos. Pessoas que não se enquadravam nessas características eram vistas com maus olhos pelo chamado “círculo do erva-mate”. Um curandeiro chamado João Baquiano e uma família de cartomantes que moravam naquele bairro também sofreram as mesmas consequências de Anna Formiga: suas atividades ocultas foram expostas pelo jornal e logo depois eles sofreram perseguição pelos moradores do bairro Umbará. Diante dessas evidências, as suspeitas de que o jornal foi apenas uma ferramenta usada para perseguir essas pessoas não pode ser descartada.

 

 

Atualmente

 

Onde se situava a tenda da Anna Formiga atualmente há um grande hotel de luxo. Alguns funcionários do local afirmam já terem se deparado com vultos estranhos pelos corredores do hotel. Além disso, algumas linhas telefônicas de quartos desocupados misteriosamente tocam durante a noite.

 

 

Referências

Autores.com.br à https://bityli.com/veykW

Bruxaria Brasil à https://cutt.ly/ysy0leL

Câmara Municipal de Curitiba à https://bityli.com/jKLFA

Curanderismo e curandeiros em Curitiba (1899-1912): Discurso e representação no "Diário da Tarde" à https://cutt.ly/hsdHnyq

O Jornalismo Paranaense e o Contraste Pagão: um estudo de caso do Diário da Tarde à https://cutt.ly/Pa2Fnb7

 

 

 

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

ESTRADA VELHA DE BRAGANÇA – O local de sons misteriosos!

 Gustavo Valente

 

Localização

 

A estrada velha de Bragança atualmente é um trecho de aproximadamente 500 metros situado no distrito de Terra Preta, pertencente ao município paulista de Mairiporã. Ela foi construída no ano de 1769, quando a Câmara paulistana determinou que fosse feito um trajeto entre São Paulo e a região de Juqueri. Um dos trechos dessa via inicialmente ficou conhecido como "Caminho de Juqueri" e, posteriormente, foi chamado de “Estrada Velha de Bragança”. Atualmente ela funciona como uma ligação entre a Rodovia Fernão Dias e a Rodovia Arão Sahm.


 



 Eventos paranormais

 

Nessa estrada é relatado um evento paranormal que foi popularmente chamado de “tapa n’água”. Esse nome foi dado por vários transeuntes e moradores daquele local, que testemunharam a ocorrência de um ruído semelhante a um tapa desferido sob uma superfície d’água. Quando ocorre essa manifestação, sempre são ouvidos dois tapas, um logo na sequência do outro. O que mais impressiona nesses relatos é que, ao longo da estrada, não existem rios, lagos ou qualquer outro corpo d’água que poderiam ser a fonte daqueles ruídos. Uma lagoa a 160 metros da estrada é o corpo d’água mais próximo a ela. Mesmo que o tapa fosse dado nas águas desse lago, pela distância seria impossível que o som ecoasse com nitidez até a estrada. Além disso, o lago fica na margem oposta da movimentadíssima Rodovia Fernão Dias, então por mais alto que fosse o tapa, esse seria abafado pelos veículos que trafegam naquele local.

 



 

Antigo cemitério seria a fonte dessa manifestação?

 

De acordo com algumas fontes, um dos primeiros cemitérios de Mairiporã foi construído justamente próximo à Estrada Velha de Bragança em 1924. Hoje em dia não existem mais evidências desse cemitério. Nas margens da estrada existem apenas algumas casas galpões, comércios e lotes vagos. Teria esse antigo cemitério alguma ligação com esses eventos paranormais que acontecem no local? Pela falta de mais informações sobre essas ocorrências, só nos resta teorizar...




 Referências

Assombrado à https://cutt.ly/UsGrxlv

Câmara Municipal de Mairiporã à https://cutt.ly/nsRdN9m

Mairiporã População à https://cutt.ly/DsGu9s9