domingo, 1 de novembro de 2020

PRAÇA CHORA MENINO – Onde os fantasmas lamentam!

Tsug


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Praça Chora Menino

 

A Praça Chora Menino é situada uma das áreas mais movimentadas de Recife-PE. Com um formato triangular e uma área de 2.674,39 m², ela é localizada no bairro Boa Vista e cercada por prédios residenciais e comerciais. Ela também é um ponto de confluência de movimentadas vias da cidade. Por causa disso, o local é sempre usado por transeuntes que desejam cortar caminho. Além disso, seus vários banquinhos de madeira tipo veneziano são situados sob a sombra das árvores e servem como um ponto de descanso e encontro para a população.

 

De acordo com estudo feito pelo pelo Laboratório da Paisagem da UFPE, existem cerca de 22 espécies de espécies vegetais no local, com destaque para plantas como chuva-de-ouro, palmeira-imperial, dendezeiro, filodendro, mangueira, coração-de-negro, azeitona, baobá e jambeiro.

 

Apesar da beleza e tranquilidade que a praça proporciona, muitos de seus frequentadores sequer faz ideia da tragédia que se relaciona àquele local, responsável pelo logradouro receber o incomum nome de “Chora Menino”.

 



 

Setembrizada – A revolta dos soldados insubordinados

 

Essa assombrada estória data do século XIX, quando uma revolta chamada “Setembrizada” ocorreu na capital de Pernambuco.  O motim foi causado por uma tropa de soldados que não concordavam com o extremo rigor de algumas normas disciplinares militares, como castigos físicos e atraso de pagamentos exercidos por seus superiores hierárquicos. 

 

Então em resposta a esse descontentamento, entre os dias 13 e 16 de setembro de 1831 soldados e civis apoiadores saquearam a cidade e cometeram atrocidades contra vários moradores, incluindo até mesmo crianças. De acordo com o historiador Pereira da Costa, estima-se que de 300 a 500 pessoas foram mortas pela tropa e cerca de 800 indivíduos foram presos. Essas quantidades de pessoas envolvidas com a Setembrizada é quantidade bastante significativa, uma vez que Recife tinha uma população de apenas 100 mil habitantes na época. As ruas ficaram repletas de corpos e muitos desses foram enterrados no cemitério do velho Sítio do Mondego, que se localizava em um local ermo de Recife.

 

 

 

A praça onde as almas manifestam

 

O tempo passou, a cidade cresceu. Antes afastado de tudo, aquele cemitério já estava rodeado de moradias. Os corpos foram então exumados dali e destinados a outros cemitérios. No local foi construída uma praça, batizada de Praça Paissandú, em alusão a principal avenida em seu entorno. Em 1936, o Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco da época, Roberto Burle Marx, foi responsável por uma reforma e revitalização do local. Em 1994, uma nova reforma foi feita no local pela arquiteta da Prefeitura do Recife, Brena Lúcia de Aguiar Remígio.

 

Todo o lado místico e oculto que circunda a praça começa a ser tratado a partir de agora! Testemunhas que frequentaram a praça afirmaram ouvir algo assustador durante a noite e a madrugada: choros e gritos histéricos de crianças! Ainda hoje alguns afirmam ser possível ouvir soluços e choramingos das pequenas vítimas de um massacre da Setembrizada. A fonte daqueles sons nunca foi encontrada e essas manifestações ocorrem mesmo quando a praça está completamente vazia, sem nenhuma criança por perto.

 

De acordo com palavras de um morador local, “Eu moro aqui, na parte debaixo da praça. O ruim é passar a noite inteira ouvindo crianças chorando sem saber de onde vêm os choros.”



 

Por esse motivo, a praça foi rebatizada. Ela deixou de ser chamada de Praça do Paissandú e recebeu o nome de Praça Chora Menino. Ainda em alusão à lenda que assombra àquele local, na praça existe uma escultura de uma mulher segurando uma criança nos braços.


 

Registros históricos como os citados no livro “Assombrações do Recife Velho” do sociólogo Gilberto Freyre, indicam que antes mesmo da construção da praça, já era possível ouvir choro de crianças quando se passava por aquela região. Exemplo disso é a litografia que ilustrava o local de Luiz Schlappriz. Ela foi feita em 1863 e foi intitulada de “Chora Menino”.

 



 

Explicações científicas

 

Para os céticos, os sons de choro nada mais são que o coaxar de um tipo específico de sapo que já foi encontrado naquela região. Entretanto, quem já ouviu a manifestação se nega a aceitar essa teoria: os choros e lamentações são muito característicos, impossíveis de serem confundidos com outro tipo de som!

 



 

Referências

Foursquare à https://cutt.ly/2s6C8d3

O Recife Assombrado à https://cutt.ly/SsC04Bc

Pernambuco.com à https://cutt.ly/EdkAFEB

Praças & Parques do Recife à https://cutt.ly/qs6K2jl

Reverso à https://cutt.ly/zs3YY5D