sábado, 25 de setembro de 2021

CHUPA-CABRA - A criatura sedenta por sangue!

 

Augur

 

 

Introdução


Durante os anos 90 casos misteriosos de animais que apareciam mortos sem deixarem qualquer vestígio de sangue aterrorizavam principalmente os moradores da zona rural. Estes eventos foram manchete dos principais jornais e programas televisivos durante meses até gradualmente desaparecerem dos noticiários. Apesar de o fenômeno ter ocorrido em regiões muito diversas e distantes umas das outras, as mortes eram todas muito parecidas. Os casos se mantiveram inexplicados, porém eram sempre apontados como obra de uma criatura que se alimentava exclusivamente de sangue, o Chupa-cabra.




Histórico

 

O nome “Chupa-cabra” foi cunhado em 1995 pelo comediante e DJ de rádio Silverio Pérez ao comentar sobre o primeiro caso relatado. O ocorrido tomou lugar em Porto Rico, onde oito cabras foram encontradas mortas pelo fazendeiro proprietário dos animais. Cada cabra tinha três perfurações no tórax e haviam sido completamente esvaídas de sangue. Poucos meses depois, em agosto de 1995, uma testemunha ocular chamada Madelyne Tolentino relatou ter visto a criatura na cidade porto-riquenha de Canóvanas, onde cerca de 150 animais de fazenda e de estimação foram mortos.

 

Logo os ataques começaram a surgir em outros países, dentre eles República Dominicana, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Panamá, México, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Estados Unidos e Brasil. Esses ataques eram caracterizados por ocorrem no mesmo dia ou em dias próximos, ocorrendo principalmente em áreas rurais vitimando criações de cabras ou de vacas. Os relatos deixaram os investigadores policiais intrigados e sem uma resposta que solucionaria o caso. No Brasil, ataques do chupa-cabra foram noticiados a partir de 1997. Os primeiros na cidade de Campina Grande do Sul, no Paraná. O interior da região Sul e o interior de São Paulo tiveram ocorrências semelhantes.

 

Apesar da maioria dos casos conhecidos mundialmente se concentrarem na década de 90, já em 1975, uma série de mortes de gado na pequena cidade de Moca (República Dominicana) foram atribuídas a “el vampiro de Moca” (o vampiro de Moca). Inicialmente, suspeitou-se que as mortes foram cometidas por um culto satânico. No entanto muitos fazendeiros continuaram a relatar a morte de animais por toda a ilha. Nos relatos todos os animais foram encontrados com seu corpo drenado de sangue por meio de uma série de pequenas incisões circulares.

 

Características

 


A descrição mais comum do Chupa-cabra é a de uma criatura semelhante a um réptil, com cerca de 90 cm a 1,20 m de altura, pele semelhante a couro ou escamosa de coloração cinza-esverdeada e espinhos afiados ou penas escorrendo pelas costas e que se levanta e pula de maneira semelhante à um canguru.

 

Outra descrição comum do Chupa-cabra é de uma estranha raça de cachorro selvagem. Esta forma é em sua maioria sem pelos e tem uma crista espinhal pronunciada além de órbitas oculares, presas e garras também anormalmente pronunciadas.

 

Ao contrário dos predadores convencionais, diz-se que o Chupa-cabra drena todo o sangue do animal, às vezes os órgãos, por meio de três orifícios em forma de triângulo apontando para baixo, mas às vezes por apenas um ou dois orifícios. Em muitos casos, essas perfurações eram simétricas e limpas, sem sinal de mastigação. A dificuldade de associar essa marca ao ataque de um animal comum levou à suposição da criatura Chupa-cabra. Além disso, as principais vítimas dos ataques eram animais domésticos, como galinhas, vacas, cães, ovelhas e, claro, cabras.

 

 

Relatos

 

Os relatos da década de 90 não detalhavam muito sobre cada acontecimento, geralmente focavam na morte dos animais e nas lesões encontradas nos mesmos, apenas somando mais uma ocorrência ao total e sem situar ou explorar a história em sua individualidade. Das poucas vezes em que o conteúdo era explorado não passava de uma matéria sensacionalista, como o achado do suposto crânio de Chupa-cabra apresentado no programa Domingo Legal do SBT, mas que posteriormente foi identificado como sendo o corpo de uma arraia seca. No entanto, quando o Chupa-cabra retornou a ser o centro das notícias na mídia internacional na virada do novo milênio as histórias passaram a ser contadas com maior riqueza de detalhes incluindo relatos das testemunhas.

 



Em 2012, no México, a morte de 35 ovelhas em uma fazenda causou comoção para os habitantes da cidade de Paracuaro. Todos acreditam que o feito era obra do Chupa-cabra, tendo inclusive uma testemunha que dizia ter presenciado um animal com grandes presas, garras protuberantes e asas realizando o ataque. Segundo a imprensa do Estado de Michoacán, as ovelhas todas foram mortas nas primeiras horas da madrugada e todas apresentavam marcas de dentes e garras na altura do pescoço, sendo que as ovelhas viviam em um curral junto a vacas, cavalos e porcos, e mesmo assim foram as únicas atacadas. A falta de evidências, porém não traz muita credibilidade ao relato, tendo apenas um vídeo das consequências do suposto ataque. Loren Coleman, diretor do Museu Internacional de Criptozoologia em Portland, Maine (EUA) acredita que os animais podem ter morrido simplesmente por causa de alguma doença e não por causa do ataque de um predador. Para Coleman, qualquer ataque misterioso é sempre atribuído ao Chupa-cabra. Além disso, ao contrário do que foi dito não foram todas as ovelhas que foram mortas e os cadáveres não mostraram uma mutilação muito grande.

 

Se a filmagem de animais mortos não é evidência suficiente, moradores de Picayune, no estado do Mississippi (EUA) filmaram em 2013 uma criatura estranha que eles acreditam que poderia ser um Chupa-cabra. Jennifer Whitfield afirmou que a criatura parecia um “cão zumbi” e depois de postar o vídeo on-line, Jennifer descobriu que vizinhos também ficaram assustados ao ver o animal. Amanda Denton, uma das vizinhas disse “fiquei olhando e não parava de dizer; é um Chupa-cabra”. Jonathan, marido de Amanda, disse “eu não sabia o que era, mas talvez seja um Chupa-cabra". Ele ligou para o serviço de controle de animais, mas os agentes do órgão não conseguiram capturá-lo. O Departamento de Vida Selvagem do Mississippi alertou os moradores para manter distância da criatura.

 


Além das filmagens, outras supostas evidências do Chupa-cabra também viraram notícia. Na Argentina em 2013, a família Fernández, residente de Esteban de Luca, mantém em casa a carcaça de um animal que se parece com o Chupa-cabra. Os restos mortais da criatura geraram espanto e temor entre os moradores quando a viram, pela primeira vez, na casa da família Fernández. A carcaça foi encontrada há dois anos e meio em um campo na cidade de Vera, no norte da província de Santa Fé, e é guardado por Stella Maris Fernández e sua família. Stella gostaria que o esqueleto fosse estudado por uma instituição científica, para determinar que tipo de animal é, pois para ela “é a coisa mais próxima de um extraterrestre que já vi em minha vida”.

 



Talvez o relato mais evidenciado e verossímil seja o da caçadora Phylis Canion. Canion morou na África por quatro anos e foi caçadora durante toda a sua vida tendo inclusive cabeças de zebras e de outros animais exóticos expostas em sua casa para quem duvidar de seu histórico. Contudo, Canion se deparou com um animal atropelado perto de sua fazenda e o aspecto da criatura foi novidade até para ela. Devido a peculiaridade do achado, a caçadora decidiu conservar a cabeça da criatura no freezer, pois acredita que possa estar guardando a cabeça do Chupa-cabra e espera que por meio de exames de DNA seja possível analisar a linhagem da criatura. A cabeça parece ser de um mamífero com orelhas compridas, dentes grandes e projetados e pele azul-acinzentada quase sem pelos, descrito pela caçadora como “uma criatura horrível”.

 

Phylis Canion


O que torna este caso mais curioso é que Canion e muitos proprietários de regiões rurais suspeitam há anos que um chupa-cabra tenha matado cerca de 26 galinhas de suas fazendas num período de dois anos. A caçadora diz já ter visto muitas coisas horríveis, mas nunca tinha visto nada assim, o que a levou a crer na possibilidade de que o culpado pelas mortes não tenha sido algum coiote, mas sim a criatura-vampiro, pelo fato de que as galinhas não foram devoradas ou arrastadas, mas sim tiveram todo o sangue drenado.

 

Apesar de a caçadora acreditar que a criatura possa ser o cruzamento de duas ou três espécies diferentes, o veterinário Travis Schaar do Main Street Animal Hospital de uma cidade das redondezas chamada Victoria também acredita que a criatura chamada de Chupa-cabra pelos fazendeiros possa ser nada mais que um cão de raça desconhecida, filhotes mutantes de cachorros ou um novo tipo de cão vira-lata. Em relação ao hábito de sugar o sangue, Schaar explicou que essa espécie particular de cães pode simplesmente ter uma preferência por sangue, deixando que a presa sangre para depois suga-lo.

 

Mais recentemente, em outubro e dezembro de 2018, houve muitos relatos de suspeita de Chupa-cabra em Manipur (Índia). Talvez essa seja a primeira vez que o Chupa-cabra tenha sido ligado a um acontecimento longe das Américas. Muitos animais domésticos e aves foram mortos de maneira suspeita, semelhante a outros ataques de Chupa-cabra, e várias pessoas relataram terem visto essa criatura. No entanto, especialistas forenses opinaram que os cães de rua foram responsáveis pela matança em massa de animais domésticos e aves domésticas após estudar os restos de um cadáver. Já em outubro de 2019, um vídeo gravado pelo Mundo Ovni mostrou os resultados de um suposto ataque a frangos no setor Seburuquillo de Lares (Porto Rico).

 

 

Teorias e refutes


As mais diversas teorias sobre o que causava os ataques ou o que era o Chupa-cabra foram criadas. Abordaram-se desde a possibilidade sugerida pelo jornalista Jorge Martín, autor do livro “La Conspiración Chupacabra”, de que cultos satânicos tenham aproveitado a onda de medo para extrair sangue dos animais para algum ritual de sacrifício, passando por ataque de vândalos humanos, até a uma nova espécie de morcego-vampiro. Nenhuma das ideias eram realmente embasadas, mas apenas hipóteses que pareciam explicar o acontecido para que todos pudessem deixar a questão de lado.

 

Apesar até de teorias de que a criatura seria o demônio, algo comum nos anos 90, já surgiam teorias mais “científicas” para tentar explicá-la. A primeira delas é de que se tratava de uma criatura extraterrestre, como um animal de estimação de alguma raça alienígena que o abandonou, teoria aceita por pessoas como o ufólogo Carlos Alberto Machado, do Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica, de Curitiba, que afirma ter avistado um objeto voador não identificado na região de Campina Grande do Sul no momento dos ataques. No entanto, a aparência alienígena do Chupa-cabra ganhou fama a partir do relato de Madelyne Tolentino (porto-riquenha que foi uma das primeiras supostas testemunhas oculares) que foi refutada por Benjamin Radford em seus cinco anos de investigação documentadas no livro “Tracking the Chupacabra” (2011). Radford concluiu que a descrição dada por Madelyne foi baseada na criatura Sil do filme de terror/ficção-científica “A experiência” (Species, no original em inglês) de 1995. A criatura do filme é idêntica ao Chupa-cabra de Madelyne e ela havia assistido o filme antes do relato. Radford revelou que Tolentino “acreditava que as criaturas e eventos vistos em Species estavam acontecendo na vida real em Porto Rico naquela época” e que por isso “a mais importante descrição do Chupa-cabra não é confiável”. Ele afirma, porém, não acreditar que os relatos sobre o chupa-cabra eram mentira, mas simplesmente o fruto de imaginações extremamente férteis.


Benjamin Radford


Para outros ufólogos, a criatura era resultado de um cruzamento entre um alienígena e um animal terrestre realizado por cientistas da NASA que conseguiu escapar do cativeiro. O jornalista Jorge Martín também levanta a teoria de que a criatura seja um ser humano que sofreu diversos testes do governo dos EUA com armas químicas e outras substâncias experimentais em Porto Rico, e que, por fim, acabou fugindo da prisão. Em contrapartida, Radford aponta para o forte sentimento antiamericano em toda a América Latina como parte dessa explicação. Isso é particularmente forte em Porto Rico, protetorado dos EUA: “Falei com vários porto-riquenhos, que sentiam que os Estados Unidos os havia explorado, enganado e ignorado, economicamente e de outras formas     “. Muitos porto-riquenhos acreditam que os Chupa-cabras são outra indicação da exploração americana: seriam o resultado de experiências científicas ultrassecretas promovidas pelos Estados Unidos na floresta de El Yunque, não muito longe da cidade onde Madelyne Tolentino fez o primeiro relato sobre a criatura.

 

Por sua vez, os encontros de Chupa-cabras com aparência canina foram creditados como coiotes com sarna por Barry O’Connor, biólogo da Universidade de Michigan. O’Connor explica que a sarna é uma doença causada por escavação de ácaros sob a pele dos animais causando perda extrema de pelos, aparência similar a descrita por pessoas que alegam terem visto o Chupa-cabra. Análises de carcaças do Chupa-cabra por cientistas indicaram se tratar dessa doença, que é causada pela mesma espécie de ácaro (Sarcoptes scabiei) que inicia a coceira conhecida como sarna nas pessoas. O biólogo explica que casos graves de sarna podem deixar cães selvagens suscetíveis a infecções bacterianas de pele, produzindo um odor fétido além da perda de pelos e espessamento da pele do animal. O resultado final seria “um animal feio, nu, fedorento, monstruoso e de couro“ caracterizado pela “síndrome do Chupa-cabra.” Ademais, a condição enfraquecida dos animais infestados pela sarna poderia levá-los a caçar presas mais fáceis como animais domésticos, “porque esses animais estão realmente debilitados, eles se desgastarão muito caçando. Então eles são forçados a atacar o gado porque é mais fácil do que correr atrás de um coelho ou veado.”

 



Em relação às vítimas, Benjamin Radford dividiu os relatórios do Chupa-cabra em duas categorias: os relatórios de Porto Rico e da América Latina, onde animais foram atacados e supostamente seu sangue foi extraído; e os relatos nos Estados Unidos de mamíferos, principalmente cães e coiotes com sarna, que as pessoas chamam de Chupa-cabras devido à sua aparência incomum. Na primeira categoria, a completa falta de sangue nunca foi confirmada por necropsia, que seria a única forma de concluir que o sangue do animal foi drenado. Uma análise feita por um veterinário de 300 vítimas do Chupa-cabra descobriu que eles não haviam sido sangrados. Essa ideia pode ter se propagado devido às marcas no pescoço das vítimas que costumam ser relacionadas com vampiros, graças à lenda do Drácula, mas os animais que se alimentam efetivamente do sangue de outros não agem assim, como observa o pesquisador Bill Schutt, do Museu de História Natural de Nova York: “As espécies que sugam o sangue o procuram perto da superfície da pele, o que não é o caso da veia jugular, por exemplo”. Além disso, comparando características de animais vampiros, como os morcegos, e dos Chupa-cabras, há poucas semelhanças. Os vampiros, segundo Schutt, são pequenos e furtivos, com dentes especializados e um sistema digestivo que lhes permite extrair nutrientes do sangue. Uma criatura do tamanho de um cachorro “morreria de fome rapidamente se alimentando de sangue”, segundo ele, por causa da falta de nutrientes essenciais como a gordura. Além da presença desses sinais de mordidas, Radford acredita que os rancheiros que encontraram os corpos dos animais atacados podiam atribuir a morte deles a um vampiro depois de examiná-los e cortá-los, observando que o sangue não jorrava. “Quando um animal morre, o coração para de bater e não há mais pressão sanguínea”, explica. “O sangue se acumula na parte mais baixa do corpo e então coagula e se espessa. Isso se conhece como lividez, e dá a ilusão de que o sangue foi retirado do corpo”.

 

Considerando a segunda categoria de Radford, embora várias testemunhas tenham chegado à conclusão de que os ataques não poderiam ser obra de cães ou coiotes porque eles não comeram a vítima, essa conclusão é incorreta. Tanto os cães quanto os coiotes podem matar e não consumir a presa, seja por serem inexperientes, seja por ferimentos ou dificuldade em matar a presa. A presa pode sobreviver ao ataque e morrer depois de hemorragia interna ou choque circulatório. A presença de dois buracos no pescoço, correspondendo aos dentes caninos, é esperada, uma vez que é a única maneira que a maioria dos carnívoros terrestres tem para capturar suas presas. Apesar de no Brasil o Chupa-cabra ter seguido o padrão da América Latina e não era descrito como algo parecido com um cachorro, técnicos do Zoológico de Curitiba já identificavam as perfurações encontradas no pescoço das vítimas como marcas de caninos de animais como lobos, raposas, suçuaranas, jaguatiricas ou cães selvagens. O médico legista Fortunato Badan Palhares, do Departamento de Medicina Legal da Unicamp, concluiu que um ataque creditado ao Chupa-cabra em Presidente Prudente foi realizado por um cachorro-do-mato.

 

 

Conclusão

 

O Chupa-cabra talvez seja uma das criaturas místicas mais discutidas tendo vindo à tona como um ser sobrenatural de aspecto alienígena, passando recentemente a ter feições mais animalescas e consequentemente mais facilmente explicáveis, e talvez sendo confundida, ou até mesmo, a própria criatura vampiresca já descrita em outros tempos. Não há como negar que alguma coisa aconteceu a todos esses animais vitimados pelo Chupa-cabra. São inúmeros os relatos de testemunhas de diversas localidades distribuídas pelo mundo, além das provas fotográficas e filmagens. Mesmo assim alguns menosprezam a criatura, seja ela paranormal ou normal, mas apenas desconhecida, culpando as mortes à seitas macabras, envenenamentos ou doenças, que por sua extensão global, modus operandi e seletividade nas vítimas, talvez seja uma visão mais ingênua do que na própria crença da criatura mítica. Até hoje não sabemos se o Chupa-cabra é algo maléfico, um mamífero facilmente explicado pela ciência tentando sobreviver ou uma série de incidentes não relacionados sendo conectados pela imaginação humana e o poder de uma boa estória. A única coisa que sabemos é que durante todo esse tempo a única coisa que perdurou foi a dúvida ... e o próprio Chupa-cabra que pode estar onde você menos esperar.

 

 

Referências

 

BBC à https://bbc.in/3uenXHF

G1 à https://glo.bo/2XSJkTh / https://glo.bo/3CNik6h / https://glo.bo/3ugGZNt

GloboPlay à https://bit.ly/3zF48dt

Infoescola à https://bit.ly/3zHcUI7

Mongabay à https://bit.ly/2XTzgck

R7 à https://bit.ly/3o9PQzp

Super Interessante à https://bit.ly/3m3UZXr

Wikipedia à https://bit.ly/3o7y5kp / https://bit.ly/3ESkrHT

Youtube à https://bit.ly/39FDYNa / https://bit.ly/3CRnVbT

 

 

 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

SEXTA-FEIRA 13 – Por que não são lançados novos filmes?

Tsug


O blog "Cabana do Terror" agora tem um canal no Youtube! Confira a matéria em formato de vídeo, clicando no play abaixo:




 

Introdução

 

A franquia “Sexta-feira 13” talvez seja a série de filmes de terror mais famosa do subgênero slasher e apresentou um dos personagens mais icônicos da cultura pop: o antagonista mascarado Jason Voorhees.

 

Sucesso de público e bilheteria, “Sexta-feira 13” rendeu 12 filmes e diversos outros produtos como action figures, souvenirs, histórias em quadrinho e jogos eletrônicos. Entretanto, o último filme da franquia estreou no ano de 2009 e, desde então, não houve mais nenhum lançamento. Diante disso, fica a pergunta: por que uma franquia tão famosa e com um público tão robusto está há tanto tempo sem lançar um filme, enquanto outros filmes slashers como “Halloween” e “Massacre da Serra Elétrica” continuam a produzir filmes nos dias de hoje? É exatamente sobre isso que vamos discutir agora.




 

 A franquia

 

Essa seção pode conter alguns spoilers sobre a franquia. Para evita-los, sugiro pular para a próxima seção.

 

Conforme abordado, a franquia “Sexta-feira 13” conta com 12 filmes oficiais. O primeiro deles foi lançado em 1980 e é chamado apenas de “Sexta-feira 13”. Ele conta a história da reabertura do acampamento Crystal Lake, que estava fechado há vários anos em virtude de uma tragédia ocorrida com um casal que estava no local. Ao longo do filme, os novos funcionários contratados vão desaparecendo um por um, e no final descobre-se que a responsável por isso era Pamela Voorhees, ex-cozinheira de Crystal Lake e mãe de Jason, um garoto que se afogou no acampamento há vários anos devido negligência dos monitores.

 

Pamela Voorhees, mãe de Jason

Em “Sexta-feira 13 - Parte II” de 1981, vemos que Jason estava vivo e atacou um acampamento vizinho a Crystal Lake para vingar sua mãe. Uma curiosidade desse filme é que Jason escondia sua face com um saco de pano.

 

Primeira máscara de Jason


“Sexta-feira 13 - Parte III” foi lançado no ano seguinte, em 1982, e seguiu a saga de Jason perseguindo os jovens que buscavam por diversão em Crystal Lake. Nesse filme Jason começa a usar a famosa máscara de hockey após atacar um jovem que a usava.

 

O filme seguinte é intitulado “Sexta-feira 13 – O Capítulo Final”. Lançado em 1984, ele mostra Jason escapando do necrotério no qual ele havia sido levado no final do filme anterior. Após sua fuga ele volta até Crystal Lake, onde continuou a onda de barbáries até finalmente ser derrotado. Nesse filme é introduzido o personagem Tommy Jarvis, que seria uma espécie de antagonista do Jason nos próximos filmes.

 

No ano seguinte (1985) foi lançado “Sexta-Feira 13 - Parte V: Um Novo Começo”. Mesmo após Jason partir, Tommy ainda sofre alguns distúrbios devido às tragédias que ele vivenciou em Crystal Lake. Então ele é levado a uma clínica psiquiátrica para se reabilitar, mas os pacientes vão sendo encontrados sem vida um a um. Tommy suspeita que Jason poderia ter voltado à vida e ser o responsável por aquilo, mas no final é descoberto que o autor dos incidentes era o pai de um paciente que havia falecido no local.

 

Em 1986 estreou “Sexta-Feira 13 - Parte VI: Jason Vive”, no qual Tommy teve a brilhante  ideia de desenterrar Jason em plena sexta-feira 13 para ter certeza que ele não estava vivo. Nesse momento um raio atinge Jason que milagrosamente volta à ativa. Mas no final Tommy consegue aprisiona-lo no fundo do lago de Crystal Lake.

 

Tommy Jarvis, arqui-inimigo de Jason


“Sexta-Feira 13 - Parte VII: A Matança Continua” foi lançado em 1988. Nesse filme a adolescente Tina involuntariamente desperta Jason no fundo do lago com suas habilidades psíquicas. No final Tina usa os mesmos poderes para conseguir aprisiona-lo novamente no fundo do lago. Esse filme foi considerado uma tentativa velada de fazer um crossover entre Jason e Carrie a estranha.

 

Em “Sexta-Feira 13 - Parte VIII: Jason Ataca em Nova York” (1989) um barco atracado em Crystal Lake atinge um cabo de eletricidade e a descarga elétrica gerada revive Jason novamente. Jason acaba como um tripulante da embarcação que tem Nova Iorque como destino final, onde Jason faz o que ele sabe fazer de melhor nas ruas de Manhattan.

 

Jason em Manhattan - NY


Após o baixo desempenho de bilheteria e críticas da “Parte VIII”, o estúdio responsável pelos filmes, o Paramount Pictures, vendeu os direitos da franquia para a New Line Cinema. O primeiro filme produzido pelo novo estúdio foi “Jason Vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira” (1993). Por ser o filme de um novo estúdio alguns aspectos antigos da franquia foram ignorados enquanto outros novos foram introduzidos. Agora Jason possui a capacidade de se incorporar em outras pessoas, e seu objetivo principal é possuir sua meia-irmã. No final Jason é derrotado e acaba sendo puxado para o inferno por demônios.

 

O décimo filme da franquia é “Jason X” (2002) e se passa em um futuro longínquo. Jason é abduzido para uma nave, onde desperta e é derrotado pelos tripulantes. Mas ele é regenerado por um equipamento futurístico e se transforma em um ciborgue imparável.

 

Versão ciborgue de Jason em Jason X


No ano seguinte foi lançado o crossover “Freddy vs. Jason” (2003). Freddy Krueger invade o sonho de Jason sob a forma de Pamela Voorhees e o faz cometer atrocidades pela cidade para as pessoas pensarem que Freddy estava de volta e assim ele ganhar mais força pelo medo gerado. Mas Freddy não consegue manipular Jason por muito tempo e após o zumbi de Crystal Lake saber que foi usado pelo mestre dos pesadelos, o confronto entre os dois fica inevitável.

 

Freedy vs. Jason


O último filme produzido foi o reboot de 2009 que recebeu o título simples de “Sexta-Feira 13”. O filme se foca em um jovem que vai até a abandonada Crystal Lake a procura da irmã desaparecida e se junta a um grupo que está no local à diversão. Mas a diversão dá lugar ao terror quando Jason entra em ação.

 

Atualmente a franquia está sob posse da Horror Inc., estúdio  cujo dono é Sean S. Cunningham (diretor do filme original e produtor de várias sequências), e a Warner Brothers é coproprietária da série. Mesmo com mais uma mudança de estúdio, a franquia está a mais de 10 anos sem produzir um novo filme. O motivo de um hiato tão prolongado pode ser explicado por duas vertentes diferentes: batalhas jurídicas a dificuldades criativas.

 

  


Batalhas Jurídicas

 

Nos últimos anos a franquia teve que se manter congelada devido a uma disputa legal pelos direitos autorais da obra, iniciada em 2016 entre Sean S. Cunningham (diretor do filme original e produtor de várias sequências) e Victor Miller (roteirista do primeiro episódio da franquia). Victor Miller tenta a posse da franquia com base na Lei de Direitos Autorais de 1976, que diz que o autor original de uma obra pode solicitar o cancelamento de uma transferência dos direitos autorais 35 anos após a publicação original. Cunningham por sua vez afirma que Miller foi contratado apenas para prestar um serviço à produtora, no caso, escrever o roteiro, e portanto não tem nenhum direito de posse sobre a obra. Apesar disso, Cunningham afirma que Miller recebeu excessivas bonificações no passado que podem ter sido interpretadas como royalties e isso pode ter feito o roteirista imaginar que fosse um criador ou co-criador da obra. Caso seja provado que Miller exerceu apenas a função de roteirista contratado pelo estúdio, Cunningham provavelmente ganhará a causa e deterá os direitos autorais do filme e de seus personagens.


Sean S. Cunningham

 

Victor Miller


O tribunal inicialmente decidiu que Miller detinha os direitos sobre “Sexta-feira 13”. Mas Cunningham apelou e o caso voltou ao tribunal em fevereiro de 2020. Desde então ainda não houve uma decisão oficial. Embora possam existir interesses em produzir novos filmes, o processo entre Miller e Cunningham até agora impediu qualquer progresso significativo nesse sentido.

 

Ainda não há algum posicionamento oficial, mas um áudio gravado durante a Segunda Corte de Apelações em 13 de fevereiro de 2020 sugere que os juízes não acreditavam no argumento de Cunningham e estavam inclinados a decidir a favor de Miller (caso desejam ouvir o áudio na íntegra, acessem o link colocado ao final do texto, na seção de ‘Referências’).

 

O tribunal pode decidir por três caminhos diferentes: pode reafirmar a decisão inicial (a favor de Miller), pode reverter a decisão e dar os direitos a Cunningham, ou devolver o caso para julgamento no tribunal distrital. Independentemente da decisão, Cunningham ou Miller tentarão apelar e mais rounds jurídicos acontecerão, atrasando ainda mais qualquer projeto que envolva a produção de um novo filme.

 

A decisão estava prevista para ser dada em junho de 2020, mas alguns fatores fizeram com que ela tivesse que ser adiada. Um dos três juízes que avaliaram o caso (Ralph K. Winter) faleceu no final de 2020. Como a decisão exige maioria de votos, é possível que os outros dois juízes tenham tomado decisões distintas e com isso Winter daria o voto de minerva. Mas com a morte de Winter, o caso foi considerado indeciso e precisou ser transferido para análise por outro tribunal. Ainda é possível que Winter fosse o juiz considerado redator principal do caso, ou seja, responsável por redigir o texto com a chamada “decisão longa”. Nesse texto o juiz detalha e fundamenta a decisão que ele achou mais justa, enquanto os outros dois juízes (que não são considerados redatores) apenas concordam ou discordam com a decisão do redator e não precisam elaborar uma resposta tão robusta. Se for esse o caso, o processo pode demorar ainda mais, pois outro juiz deve assumir o papel de redator e elaborar uma nova “decisão longa”. Outro motivo para a demora judicial seria a pandemia pelo coronavírus. Muitos sistemas judiciais norte-americanos sofreram bloqueios sanitários que culminaram no atraso de prazos.

 

Recentemente uma informação de bastidores sobre o caso veio à tona. Corey Feldman que interpretou “Tommy Jarvis”, admitiu ter novidades sobre o caso. Feldman afirmou ter obtido informações de um advogado envolvido na batalha judicial. Segundo o relato, todas as questões legais já estavam resolvidas e Feldman já estava na expectativa de novamente confrontar Jason na pele de Tommy.

 

Outra batalha jurídica, independente da briga entre Cunningham e Miller, ocorre na justiça desde janeiro de 2021. De acordo com a revista “The Hollywood Reporter”, Cunningham lançou um processo contra os estúdios Paramount e Warner Bros para discutir a divisão dos lucros líquidos referente ao remake lançado em 2009. O produtor afirma que os estúdios usaram deduções impróprias de taxas e bônus, licenças subvalorizadas, subnotificação de receita de merchandising e receita de TV paga para diminuir sua parcela do lucro.

 

É certo que enquanto essas disputas jurídicas não forem resolvidas não há a possibilidade de se pensar na realização de um novo “Sexta-feira 13”.

 

 

Dificuldades Criativas

 

Mesmo quando a batalha judicial for decidida pode não ser certo que um 13º filme da franquia seja produzido. Durante a década de 80, época auge do subgênero slasher, filmes de “Sexta-feira 13” eram lançados quase que anualmente. O excesso de lançamentos em curto espaço de tempo fez com que a franquia sofresse processos de superexposição do público. Em outras palavras, os filmes deixaram de ser uma novidade e a cada lançamento o interesse dos fãs ficava aquém do esperado.

 


Obviamente que uma paralisação de 10 anos é um tempo suficiente para que os fãs se oxigenassem e sentissem falta da franquia. A dificuldade agora seria o que abordar em um novo filme. Como já mostrado, Jason já foi exaustivamente usado nas mais diversas situações, dando as caras desde Manhattan e até no espaço sideral. Apresentar uma ideia criativa após enredos discrepantes como esses seria um enorme desafio. Outra ideia seria abordar um roteiro mais clássico, com Jason voltando a aterrorizar o acampamento de Crystal Lake. Mas o excesso de filmes com essa temática, como “Acampamento Sinistro”, “Rua do Medo” e os próprios filmes iniciais da franquia “Sexta-feira 13” pode fazer com que o interesse do público não seja o esperado. Nenhuma das abordagens parece perfeita, então os cineastas podem ter alguma dificuldade em qualquer tentativa de fazer outro filme de “Sexta-feira 13”.

 

 

Jogos

 

Apesar das batalhas judiciais que obrigaram a franquia permanecer paralisada no momento, alguns jogos envolvendo o filme “Sexta-feira 13” e o personagem Jason foram lançados. Como isso foi possível?

 

Em maio de 2017 foi lançado o game “Friday the 13th : The Game”. A essa altura os direitos ainda estavam em segurança, o que permitia com que o lançamento fosse legal. Entretanto, com o prolongamento da disputa jurídica qualquer tipo de lançamento foi impedido. Por causa disso, o game continua existindo, mas não pode receber nenhuma atualização. Esse mesmo motivo permitiu que Jason fosse colocado como um personagem de “Mortal Kombat X” (2015). Mas no “Mortal Kombat 11” (2019) o personagem não estava mais incluído.

 



 

Novos filmes?

 

Para aqueles que são fãs de filmes de terror, a perspectiva em relação a um novo “Sexta-feira 13” a curto-médio prazo são baixas. Entretanto existem algumas alternativas para que os órfãos da franquia possam matar um pouco da saudade enquanto as pendências jurídicas são resolvidas. O canal do Youtube “Womp Stomp Films” já produziu dois filmes não oficiais baseados na história original de Jason. Trata-se de “Never Hike Alone” (2017) e “Never Hike in the Snow” (2020).  O canal “Wet Paint Pictures” lançou filme intitulado “Voorhees” (2020)

Da mesma forma, no Youtube também foi lançado o filme “Jason Rising: A Friday the 13th” (2021) pelo canal que leva o mesmo nome. Apesar de serem filmes independentes, o produto apresenta uma grande qualidade cinematográfica, à altura de vários filmes que são lançados nas telonas. Para conferir esses filmes, basta preparar a pipoca e dar play nos vídeos a seguir:

 

Never Hike Alone (2017)

 




Never Hike in the Snow (2020)

 




Voorhees (2020)





Jason Rising: A Friday the 13th(2021)

  



Referências

 

Adoro Cinema à https://bit.ly/3iEFfJR

Certified Forgotten à https://bit.ly/3izOwTo

Comic Con à https://bit.ly/3jEw9fp

Horror Inc v. Miller Oral Argument (Áudio da Corte) à https://bit.ly/3xBE1TX

Jason Rising: A Friday the 13th à https://bit.ly/3j4jx1V

Looper à https://bit.ly/3AmArP7

Never Hike Alone à https://bit.ly/3AyDeVF

Never Hike in the Snow à https://bit.ly/3CDa2yB

Voorhees à https://bit.ly/2XFV76F

Wikipedia à https://bit.ly/3xI8H5R

 

 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

FANTASMA DA MORON – A assombração que vaga pelos telhados!

 Tsug


O blog "Cabana do Terror" agora tem um canal no Youtube! Confira a matéria sobre o Fantasma da Moron em formato de vídeo, clicando no play abaixo: 






O Fantasma da Moron

 

O Fantasma da Moron é um fantasma que assombrava casas na Rua Moron, município de Rio Grande – RS, na década de 1950. Conta à lenda que em madrugadas de frio rigoroso, um fantasma surgia e vagava sobre o telhado das casas dessa rua, causando grande pavor e medo nos moradores.

 



 

Início

 

Tudo começou em uma madrugada gelada que assolava a cidade de Rio Grande. Um morador de um das casas da Rua Moron, localizada entre as ruas Barão de Cotegipe e Dr. Nascimento, começou a escutar ruídos estranhos, mas não conseguiu identificar a origem deles. Pouco tempo depois, ele passou a ouvir o barulho de pedras caindo sobre o telhado. A princípio, ele imaginou que aquilo pudesse ser apenas um fato isolado, como a ação de alguns vândalos. Mas os dias se passaram e as manifestações apenas se intensificaram, fazendo com que os residentes da casa mal conseguissem dormir. A história foi se espalhando pelo município e tomando grandes proporções. Diante disso, a ‘Rádio Minuano’ por meio do famoso radialista local Holmes Aquino, teve a ideia de cobrir esse evento. Então foi instalado um ponto de transmissão na calçada, bem de frente a casa, para tentar captar alguma manifestação. E a meia-noite daquele dia, todos presenciaram o fenômeno de queda de pedras no telhado.

 

Holmes Aquino


Comprovado a ocorrência da manifestação, os radialistas tiveram a ideia de colocar um microfone no alto do telhado daquela casa para tentar captar algum som. Vários populares se aglomeraram ao redor da casa para também tentarem presenciarem algo. A comoção foi tamanha que até mesmo carrinhos de cachorro-quente e pipoca se instalaram no local. Passado um pouco da meia-noite, Holmes Aquino, que estava com o fone de ouvido, captou um ruído estranho vindo do microfone instalado no telhado. Ninguém conseguiu enxergar nada naquela escuridão, mas a certeza de que aquilo era um fantasma tomou conta da população. Desde então, começaram a surgir os relatos de testemunhas que afirmaram ver a assombração percorrer o telhado das casas daquela rua.  

 

 

Aparência e comportamento

 

Nenhuma das pessoas que testemunharam a manifestação do fantasma da Moron conseguiu identifica-lo com clareza. Ele já foi descrito como um vulto alto, vestido de preto e que se locomovia entre telhados como enorme facilidade. Também já foi visto envolto de fumaça e até mesmo conseguiu assumir a forma de animais. Sempre que vagava pelos telhados, ele adentrava a escuridão da madrugada e desaparecia misteriosamente. Ele nunca chegou a ferir, ameaçar ou sequer interagir com alguém. Entretanto, diz à lenda que quem avistou o fantasma da Moron ficou com os cabelos brancos. Por causa disso, quando a manifestação ocorria espalhava grande pânico entre as pessoas. 

 

 


 

Tentativas de captura-lo

 

Cercos com a finalidade de surpreender aquele ser e resolver o mistério foram organizados pela população.  Em alguns deles, a população contou até mesmo com a ajuda da polícia, liderados pelo Inspetor chefe Nery. Mas até hoje, nenhuma das tentativas foi bem sucedida. O fantasma sempre desaparecia misteriosamente em meio à escuridão!

 

 

O que era aquela manifestação?

 

A hipótese mais aceita entre os populares foi a de manifestação fantasmagórica, por causa disso, a lenda é conhecida como “Fantasma da Moron”. Até hoje não se sabe ao certo se algum acontecimento mórbido ligado ao local, como assassinatos ou acidentes, tenha relação com a origem daquela assombração. Entretanto, também surgiram suspeitas de que aquilo poderia ser um lobisomem, um vampiro e até mesmo o diabo!

 

De acordo com algumas fontes, o Fantasma da Moron nada mais era do que uma farsa. Um morador da Rua Moron foi o responsável por armar aquela “manifestação”. Ele amarrava uma corda entre o telhado da sua casa e o da casa de frente. Anexado a essa corda por meio de roldana, havia um boneco de madeira coberto por um lençol. À noite, quando ele percebia alguém se aproximando, ele soltava o boneco e gritava, causando grande susto no transeunte.

 

Outros moradores locais afirmam que aquele ser nada mais era um homem, querendo agir sorrateiramente. Ele caminhava pelos telhados para manter o sigilo e não ser notado, já que sua intenção era visitar uma mulher casada que morava próximo dali.

 

E o ruído ouvido pelo radialista Holmes Aquino? O que poderia ser? Holmes afirmou que no dia seguinte ao acontecimento ele retornou para recolher alguns materiais da rádio que ainda estavam no local. Foi então que ele percebeu que o microfone que ele havia fixado no telhado não estava lá. Ele havia se desprendido e caído! Esse fato que pode ter originado o estranho ruído que ele ouviu e que foi interpretado por todos como o barulho do fantasma.

 

 

O fim do fantasma

 

Independentemente do que realmente fosse aquela manifestação, beatas, padres, pastores e umbandista tentaram fazer com que aquela manifestação cessasse, utilizando os rituais de cada uma dessas crenças. Mas de nada serviram essas tentativas e o fantasma continuou sendo visto por algumas testemunhas.

 

Tempos depois, a manifestação simplesmente parou de ocorrer. Várias autoridades locais foram a público tentar dar explicações lógicas para tudo aquilo, mas nenhuma delas foi capaz de convencer a população. Até nos dias de hoje permanece o mistério: o que era aquele ser?

 



 

A volta do fantasma?

 

Passado um tempo, o fantasma da Moron voltou! Mas não a manifestação que todos conheciam. Em alusão a famosa lenda surgida na região, uma locadora situada na Rua Moron adotou o nome “O Fantasma da Moron”.

 

 

Referências

 

Aventuras na História à https://cutt.ly/ljbF307

LidyCast à https://cutt.ly/ajEa4dv

Projeta Rio Grande RS à https://cutt.ly/hjxhoij

Projeto Vozes do Rádio à https://cutt.ly/Bjm3G0V

Recanto das Letras à https://cutt.ly/jjbHjNB

Rio Grande Virtual à https://cutt.ly/Ajvq8ng