Gustavo Valente
✞Revelação
de um local misterioso✞
Radialista Art Bell |
Tudo começou com o programa Coast
to Coast AM, um famoso talk-show comandado pelo radialista Art Bell que
abordava tópicos relacionados a teorias da conspiração e questões paranormais. O
Coast to Coast AM era um programa de rádio noturno que contava com uma audiência
semanal de aproximadamente 2,75 milhões de pessoas e era transmitido em mais de
600 estações de rádio nos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Na edição de 21
de fevereiro de 1997 Bell recebeu um fax de ouvinte chamado Mel Waters, que relatava
um local misterioso. Bell não teve dúvidas em ligar para esse ouvinte e
coloca-lo no ar para contar essa estória.
Embora não tenha dado detalhes mais
específicos sobre a localização exata, Waters afirmou que em sua antiga pequena
propriedade rural a 15 quilômetros a oeste do município de Ellensburg (no
Condado de Kittitas, Estado de Washington) existia um buraco misterioso, com
cerca de um metro e oitenta de largura e com um muro de pedra de um metro de
altura ao seu redor. Até então, nada de anormal. Era apenas mais um poço.
De acordo com Mel, ele tinha
comprado a propriedade há dois anos. O proprietário anterior havia vivido lá
por aproximadamente 40 anos. Desde a época do antigo proprietário, aproximadamente
20 pessoas da região sempre usavam o buraco para descarte de materiais velhos,
como geladeiras, pneus e até mesmo animais mortos. Mas por algum motivo,
aquele buraco nunca se enchia. Mesmo após entulhos e entulhos serem despejados
nele, não era possível nem mesmo enxergar seu fundo. Ninguém também jamais
ouviu o som do impacto de algum objeto descartado atingindo uma superfície.
Isso despertou muito o interesse
em Mel Waters em saber qual seria a profundidade daquele buraco. Ex-pescador de
tubarão, como ele se auto intitulou, ele decidiu usar linhas de pesca de 20
libras para tentar atingir o fundo. Inicialmente ele usou 1.500 pés de linha
(460 metros) com uma bala (da marca “Lifesavers Candy”, que é parecida com
Mentos) amarrada na ponta. Sua teoria se fundamentava na crença de que o fundo daquele
buraco seria preenchido com água e, ao atingir essa camada, bala seria dissolvida
pela umidade. Mas após recolher a linha, a bala continuava inteira e totalmente
seca. Então ele partiu pra sua segunda tentativa: amarrou um peso de meio quilo
na ponta da linha para tentar sentir quando ele tocasse fundo. Emendando linha
após linha, ele chegou a usar 80.000 pés (quase 24,5 km) de linha e o peso
ainda não havia tocado nenhuma superfície. Por causa disso, Mel passou a
considerar aquele buraco como um poço sem fundo.
O público do Coast to Coast AM
ficou bastante intrigado com aquele relato. Logo após a participação de Mel,
várias pessoas ligaram para Art Bell propondo algumas estratégias para
determinar o quão profundo seria aquele poço. Desde o uso de radares e até
mesmo atirar um gato vivo, os ouvintes eram muito criativos em suas ideias, mas
nenhum dava uma solução definitiva. Art Bell chegou a sugerir que um voluntário
fosse abaixado pelo poço para informar o que havia nele, mas o próprio Mel se
mostrou contrário a isso por não ser possível garantir a segurança. Mesmo
assim, alguns ouvintes entraram em contato se voluntariando a descer pelo poço.
Em um ponto da entrevista, Art
Bell perguntou se Mel pularia no buraco se soubesse que estava com uma doença
terminal. Mel surpreendentemente disse que sim e relatou que em seu testamento
constava seu desejo de ter o corpo depositado nele quando morresse.
✞Casos
sobrenaturais cercam o buraco✞
Certa vez um caçador utilizou o
buraco para se livrar do cadáver de seu cão, mas dia depois o cão apareceu vivo,
correndo nas florestas da redondeza usando a mesma coleira. Desde então o
buraco ficou conhecido como um local mágico capaz de ressuscitar animais mortos
cujos corpos tenham sido lançados nele (isso lembra muito o enredo do filme
“Cemitério Maldito”). Apesar disso, os animais pareciam temer o buraco. Mel
relata que seus cães o seguiam para todo local, mas eles jamais se aproximavam
quando ele ia em direção ao buraco. Mesmo quando tentavam puxa-los, os animais
cravavam suas patas no chão e resistiam. Até mesmo os animais que ele criava
nas pastagens da propriedade nunca se aproximaram daquele local.
Outros acontecimentos estranhos
também foram relatados durante a entrevista. Waters afirmou que certa vez
presenciou, juntamente com outras testemunhas, um feixe negro saindo do buraco.
Logo após, rádios portáteis que alguns levavam se ligaram e começaram a tocar transmissões
de rádios antigas. Mesmo quando se tentou mudar a sintonia do rádio, ele
permanecia nessa mesma estação que tocava músicas antigas.
Mel Waters fez novas participações no programa Coast to Coast AM no ano de 2002 (que serão melhores detalhadas em tópico específico). Nessas edições ele destacou algumas informações novas, como a capacidade do poço em alterar a propriedade de metais. De acordo com Mel Waters, ao segurar um objeto de metal próximo à entrada do poço eles se transformariam magicamente em outros tipos de metais. Além disso, Mel Waters afirmou que certo dia ele achou um envelope chinês contendo moedas em seu interior. Eram moedas de 10 centavos fabricadas em 1943, estampando o rosto do presidente Roosevelt. Entretanto, nessa data não existiam moedas de 10 centavos com o rosto de Roosevelt. Além disso, moedas norte-americanas sempre indiciam a inicial da cidade em que elas são fabricadas. No caso dessas misteriosas moedas, a marcação era a letra “B”. Só que nenhuma cidade que fabricava moedas nos Estados Unidos em 1943 se iniciava com essa letra.
✞Governo
norte americano confisca o terreno✞
Um dia após a primeira entrevista
à Coast to Coast AM, Mel Waters estava caminhando em sua propriedade próximo ao
buraco, quando viu um homem trajando terno e, a certa distância, vários usando
macacão de proteção biológica. O homem de terno se apresentou como um oficial
do governo norte americano e relatou a ele que havia acabado de ocorrer um
acidente aéreo naquela área. Mel não engoliu esse papo e questionou o fato de
não haver fumaça ou destroços em nenhum local. Uma discussão entre eles teria
começado, e segundo Mel o oficial chegou até mesmo incrimina-lo por motivos não
reais (tráfico de drogas). Mas no final, Mel aceitou passar o controle daquelas
terras em troca de uma indenização de aproximadamente US$ 250.000,00. Com o
dinheiro da indenização ele decidiu se mudar para a Austrália, onde ele passou
a trabalhar como protetor de vombates (pequenos marsupiais australianos).
✞Em
busca do Buraco de Mel✞
Red Elk |
Um registro de 2002 Red Elk teria liderado uma expedição com 30 pessoas para localizar o buraco. Entretanto, mesmo liderado por um explorador experimente, o grupo não foi bem sucedido na missão de chegarem até o Buraco Mel.
✞Segunda
participação de Mel Waters – Outro buraco?✞
Em 2002 Mel Waters fez uma nova
participação no programa de Art Bell. Ele começou seu relato expondo uma
possível perseguição em que ele era o alvo. De acordo com ele, quando havia
estado nos Estados Unidos em 1999 para ajudar um sobrinho com uma mudança, ele pegou
um ônibus na cidade de Tacoma com destino a Olympia. Durante a viagem, houve
uma briga no ônibus e a polícia pediu para Mel dar uma declaração sobre o
ocorrido. Nesse ponto, houve um vazio nas suas memórias e ele só se lembra de
acordar 12 dias depois em um beco na cidade de São Francisco, espancado e
faltando-lhe alguns dentes molares.
Mel Waters afirmou também que em
setembro de 2001 ele foi convidado para ir até Nevada por um grupo de
imigrantes bascos. Desde 1800 na região, os imigrantes criavam ovelhas e
cultivavam plantas medicinais na região, e demonstravam grande interesse nas
experiências de Mel Waters. Quando Mel Waters analisou algumas plantas
cultivadas pelos bascos, ele notou que algumas eram muito parecidas com plantas
que cresciam ao redor do buraco da sua antiga propriedade. Foi quando os
colonos o levaram até o vilarejo, onde bem no centro também havia um buraco. Eles
afirmaram que o buraco também não teria fundo e já estava lá quando os
primeiros bascos chegaram à região. Por consideraram aquele buraco como um
ponto espiritual, eles estabeleceram residência ali e construíram as casas ao
redor dele.
O buraco tinha quase 3 metros de
largura e era envolto com uma borda de metal, que se estendia poço abaixo, até
onde os olhos podiam enxergar. Mel Waters afirmou que o aro de metal produzia
um campo de calor ao seu redor. Uma das propriedades desse buraco era a
capacidade de anular qualquer som em seu interior. Mesmo quando algum objeto atingia
a borda de metal, o impacto não produzia nenhum som. Assim como observado no
Buraco Mel, os animais também temia esse local e evitavam se aproximar dele.
Inspirados nas experiências que
Mel Waters já tinha com o primeiro buraco, foram feitas algumas tentativas de
descobrir mais propriedades daquele poço. O primeiro experimento foi uma
tentativa de determinar a fonte do calor que o poço irradiava. Então um balde
contendo gelo foi descido pelo buraco por aproximadamente 150 metros. Enquanto
isso, outro balde com gelo era mantido na superfície, para eles poderem ter um
padrão comparativo. Eles esperaram até que metade do gelo do balde derretesse
para içarem o outro balde de volta. Surpreendentemente o balde que havia
descido pelo buraco ainda estava com o gelo inteiro. O mais surpreendente é que
as pedras de gelo estavam mornas, mas mesmo assim permaneciam sólidas.
O tempo ia passando e mesmo assim
o gelo permanecia íntegro. Instigados por isso, eles decidiram jogar aquelas
pedras de gelo em uma fogueira para tentar derrete-los. Mas ao invés de derreter,
o gelo entrou em combustão produzindo uma grande chama amarelada. De acordo com
Mel Waters, ele tinha a informação que aquele gelo permaneceu queimando por
meses e acreditava que ele pudesse estar em combustão até naquele momento da
entrevista. Os colonos chegaram até mesmo a usar as pedras de gelo em combustão
para alimentar a chama de fogões ou como aquecedor das cabanas durante o
inverno.
Os bascos tentaram repetir o
experimento para obter mais gelos como aqueles, mas nunca conseguiram obter os
mesmos resultados. Foi então que um dos aldeões decidiu descer pelo buraco para
descobrir o que de tão misterioso tinha ali. Logo ele foi desestimulado pelos
outros colonos que sugeriram a ele utilizar uma das ovelhas para essa
finalidade. A ovelha se debateu muito e fez de tudo para evitar que fosse
levada até próxima ao buraco. Mas com a força de vários bascos, ela acabou
sendo colocada em uma caixa e essa foi abaixada por 450 metros buraco abaixo.
Lá a caixa foi deixada por 30 minutos até ser suspendida à superfície
novamente. Os bascos perceberam que a caixa permaneceu íntegra, entretanto o
animal havia morrido.
Um dos aldeões, que era
açougueiro, decidiu abrir o animal para fazer uma “necropsia”. A ovelha parecia
ter sido cozida por dentro e, no seu interior, também havia uma grande
quantidade de uma substância que tinha aspecto de gel. Outro achado que chamou
a atenção foi a presença de um enorme tumor no animal. Após dissecar o tumor,
foi revelado que em seu interior havia uma criatura de 18 centímetros. Ela
tinha olhos humanos, nadadeiras e um cordão umbilical que a ligava ao tumor.
Essa criatura era descrita como algo parecido com um feto de foca. Após
“nascer”, a criatura partiu o cordão umbilical e começou a rastejar sobre a
mesa que estava disposta. Ela olhava para Mel sem parar, como se sentisse algum
tipo de conexão com ele. Então ele a pegou em mãos e a colocou sob o solo.
Depois de soltá-la, ele reparou que sua mão ficou suja com uma gosma que
cheirava a ozônio. Mesmo no chão, a criatura fintava todos os presentes com
seus olhos, de maneira bastante perturbadora. Ela continuou se arrastando pelo
chão seguindo sempre o mesmo sentido: a direção do buraco. Mel decidiu ajudar a
criatura e a colocou próxima a borda do poço. Então a criatura teria feito uma
espécie de aceno para os presentes e mergulhou de volta ao buraco.
Coincidentemente, Mel Waters relatou que após essa experiência um letal e avançado câncer de esôfago que havia sido diagnosticado nele em agosto daquele ano simplesmente desapareceu. Ele acredita que a única explicação para a cura tivesse alguma ligação com aquela criatura.
Coincidentemente, Mel Waters relatou que após essa experiência um letal e avançado câncer de esôfago que havia sido diagnosticado nele em agosto daquele ano simplesmente desapareceu. Ele acredita que a única explicação para a cura tivesse alguma ligação com aquela criatura.
Antes de Mel Waters deixar o
vilarejo, um ancião aproximou dele e disse não estar surpreso com nada aquilo
que havia acontecido, já que ele sabia que aquele buraco era algo de natureza
mágica. O velho ainda o presenteou com um objeto que havia encontrado próximo
ao buraco: um centavo de Roosevelt datado de 1943.
✞Terceira
participação de Mel Waters – novidades sobre o buraco, gelo ardente e a
criatura✞
Em dezembro de 2002 Mel Waters
fez a última participação no Coast to Coast AM. Ele informou que desde que ele
tinha feito o relato sobre o segundo buraco, helicópteros começaram a sobrevoar
a região colonizada pelos bascos. Mel também disse que tinha recebido a informação
que a borda metálica do poço começou a se tornar invisível quando se tomava
certa distância dela. Coincidentemente a moeda de 1943 também desparecia da
vista quando há certa distancia, além dela também não aparecer em scanners e
fotografias.
Sobre o gelo ardente, o sujeito
que estava utilizando-o em seu fogão contou que o gelo estava sugando toda a
umidade do ambiente, fazendo com que ele ficasse sempre com sede e com a pele
ressecada. Certo dia quando o homem voltava para sua cabana, ele se deparou com
ela toda desintegrada em uma pilha de pó de madeira seca.
Ele também informou que, de
acordo com os bascos, a criatura que naceu do tumor da ovelha havia subido pelo
poço e ido à vila várias vezes. De acordo com Mel Waters, aquele ser poderia
ser um “rock flyer”, uma criatura lendária que vive debaixo da terra. Os
aldeões ainda teriam encontrado uma maneira de se comunicar com ela. A criatura
teria então os advertido sobre os riscos de utilizar o gelo ardente de maneira
“indisciplinada e gananciosa”. Isso poderia destruir até mesmo a Terra! Em
outra comunicação, ela também teria dito que seres inteligentes de outros
mundos previram que no futuro os humanos se autodestruiriam em uma grande guerra
nuclear.
✞Apenas
uma estória inventada?✞
Incialmente cabe ressaltar que o
programa Coast to Coast AM sempre buscou abordar temáticas relacionadas ao
sobrenatural e oculto, o que fez com que o programa fosse algumas vezes alvo de
enganadores. Art Bell permitia que qualquer um ligasse e contasse no ar suas
experiências e relatos. Portanto essa falta de triagem comprometia a
credibilidade do programa.
Em certo ponto das entrevistas de
2002, Mel Waters é acusado de fantasiar muito as estórias que envolvem o
buraco. Com o perdão do trocadilho, seus relatos passaram a ficar cheio de
“furos”. O relato da perseguição e a tentativa de emplacar o buraco dos bascos,
como todos casos absurdos que o circundavam, não foi tão bem aceito e
comprometeu até mesmo a credibilidade da sua primeira participação.
Para investigar a veracidade do
relato e buscar mais pistas, repórteres fizeram pesquisas sobre o nome de Mel
Waters. Entretanto, os registros públicos do Condado de Kittitas
local não mencionavam nenhum Mel Wates que viveu, votou ou pagou impostos ali. Da
mesma forma, nenhum registro de propriedade privada e transferência de
propriedades constando esse nome foram encontrados. Também tentaram, sem sucesso,
localizar a esposa de Waters. Durante a participação no rádio, ele teria dito
que ela trabalhava na Universidade Central de Washington. Mas nenhum
funcionário da Universidade se enquadrava nesse perfil.
Os entusiastas do Buraco Mel
acreditam que Mel Waters pode ter inventando esse nome para se manter no
anonimato, o que explicaria sua ausência nos registros oficiais do Condado de Kittitas.
Alguns também afirmam que após o governo tomar as terras de Mel Waters, os
registros públicos, bem como o TerraServer (serviço de satélite semelhante ao
que temos hoje com o Google Earth) foram manipulados de forma a eliminar
qualquer evidência de que Mel, sua propriedade e seu buraco existiram.
E o que os especialistas diriam
sobre o Buraco Mel? Jack Powell, geólogo do Departamento de Recursos Naturais
do estado, além de ser um renomado técnico, também é um grande conhecedor da
região. Para ele, o buraco descrito por Mel Waters dizia respeito a uma mina
abandonada a noroeste de Ellensburg que tinha cerca de 30 metros de
profundidade. Ele rechaçava totalmente a ideia da existência de um poço sem
fundo naquelas terras. Powell sugeriu então que essa mina abandonada serviu
como inspiração para o estabelecimento da lenda do Buraco Mel. De acordo com
Powell, “suponho que este Mel Waters usou o buraco real como uma espécie de
inspiração para compor o seu misterioso em Manastash Ridge”.
Tecnicamente, Jack Powell também
afirmou que é geologicamente impossível existir um buraco com aquelas
características. O poço mais profundo que ele tinha conhecimento era um de 12
km construído na Rússia em 1989. Uma profundidade tão extensa, como a proposta
por Mel, atingiria camadas geológicas de enormes temperaturas e pressão, o que
causaria um colapso capaz de comprometer toda a estrutura.
Cabe ressaltar que o estado de
Washington tem uma crosta terrestre que varia de 65.000 a 130.000 pés. Uma
profundidade de 80.000 pés, como supostamente foi atingida pelas linhas Mel
Waters, alcançaria camadas de rocha sólida e magma não viscoso. Estima-se que a
temperatura nesse ponto seja de aproximadamente 715 °C, ou seja, temperatura
muito superior a que qualquer linha poderia resistir. Será que o buraco teria
alguma outra propriedade mágica que faria as linhas não entrarem em combustão?
Se não fosse o bastante, alguns físicos calcularam que cada metro de linhas de
pesca de 20 libras tem uma massa estimada de 0,162 a 0,254 gramas. Se somar a
massa total de linha utilizada, acrescentando o efeito da gravidade sobre elas,
o vetor de força resultante seria suficientemente alto para rompê-la.
Alguns céticos também sugeriram
que o peso amarrado à ponta da linha poderia já ter tocado algum fundo e Mel,
sem perceber isso, continuava a solta-la. O peso da própria linha estendida em
certa profundidade do buraco seria capaz de deixa-la tensionada mesmo se o peso
amarrado na ponta repousasse sob alguma superfície.
✞Art
Bell tenta emplacar um terceiro buraco!✞
Em fevereiro de 2005 Art Bell
recebeu um convidado chamado Kimberly, que relatou a existência de um buraco ao
norte de Manitoba (estado canadense) parecido com os descritos anteriormente por
Mel Waters. De acordo com ele, o terreno estava em posse de sua família desde
1700. Alguns nativos teriam dito
que aquele era um local onde os espíritos habitavam e frequentemente usavam o
buraco para irem até a superfície.
Kimberly disse que, durante sua
adolescência, seu pai sempre o levava para acampar naquela área. Certa vez,
juntamente com o irmão ele se aproximou do buraco. Era um poço circular, com
aproximadamente 9 metros de diâmetro. Em seu redor havia um muro de contenção
formado por pedras parecidas com mármore, mas tinham a cor de creme e eram tão
finamente polidas que não podia ser arranhado ou danificado quando atingidas
por algo. Essas pedras não se estendiam acima do nível do solo, então Kimberly
e seu irmão tiveram que cavar alguns centímetros na borda do buraco para medir
a espessura daquela parede (que de acordo com ele era de 1 metro).
Ele disse ainda que jogou várias
coisas no buraco, incluindo uma lanterna ligada, mas nunca conseguiu determinar
o quão profundo aquele poço era. O ponto bastante curioso também é que ao redor
do poço, em uma área de mais ou menos 45 metros, todo som vindo do ambiente
externo era abafado. Nem mesmo os insetos eram ouvidos quando se estava dentro
dessa área. Por causa disso, ela foi chamada por ele de “zona silenciosa”.
Próximo a esse poço também foi
relatado que animais mutilados eram encontrados, assim como a ocorrência de
atividades ufológicas. Ao final Kimberly afirmou que a propriedade ainda é da
sua família e o buraco é totalmente acessível com uma caminhada de 1 hora.
Entretanto, o público não demonstrou o mesmo interesse que outrora Mel Waters
despertou.
✞Sociedade
Paranormal de Seattle – Um grupo de estudo sobre o Buraco Mel✞
O geólogo Powell relatou também
que em 2001 um grupo de estudos sobre o Buraco Mel entrou em contato a procura
de informações geológicas sobre a região. Ele agendou um encontro com o grupo e
deu uma palestra sobre o padrão de geologia de todo Condado de Kittitas e
alguns detalhes mais específicos sobre a cadeia montanhosa de Manastash Ridge. Além
disso, ele também explanou sobre a impossibilidade de existir um poço com
aquelas características, mostrando argumentos técnicos bem fundamentados.
Posteriormente, ele guiou o grupo até o antigo poço da mina que ele acreditava
ser a inspiração para o mítico Buraco Mel.
Apesar de o grupo ser bastante
cordial com Powell, eles não se deram por satisfeitos com aquela explicação e
fundaram a Sociedade Paranormal de Seattle para aprofundar suas buscas. Até o
presente momento, nenhuma evidência sobre a existência do buraco ou do próprio
Mel Waters vieram à tona. Todas as buscas realizadas até hoje não foram bem
sucedidas.
Para o blog Cabana do Terror, até
que se prove o contrário, a lenda do poço sem fundo foi apenas uma estória
inventada para preencher o horário do Coast to Coast AM, que acabou
ganhando bastante notoriedade entre os ouvintes.
✞Exposição
de arte✞
Uma exposição de arte intitulada "Aspects
of Mel's Hole: Artists Respond to a Paranormal Land Event Occurring in
Radiospace" (Aspectos do Buraco Mel: artistas respondem a um evento de
terra paranormal ocorrendo no espaço-rádio) foi organizada por Doug Harvey,
crítico de arte do jornal LA Weekly em 2008 para comemorar os 10 anos da
divulgação da lenda. Harvey abordou uma série de artistas para participar da
exposição e a resposta foi esmagadora: 41 artistas representaram o Buraco Mel
em suas obras.
Posteriormente, um catálogo com
144 páginas foi publicado pelo Grand Central Art Center contendo a contribuição
de todos esses artistas. O catálogo está à venda pelo site “The Good Luck
Gallery” (referenciado ao final do texto) por US$ 40,00. Abaixo podem ser
conferidas algumas dessas obras feitas em homenagem ao Buraco Mel.
✞Ouça
o relato de Mel Waters✞
Graças ao site “The Saga of Mel’s
Hole” (referenciado ao final do texto), as participações de Mel Waters no Coast
to Coast AM podem ser ouvidas na íntegra. Cliquem lá e confiram!
✞Referências✞
Wikipedia à
https://bityli.com/fkxJu
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