sábado, 24 de fevereiro de 2018

LOIRA DO BONFIM - A assombração que te leva até o cemitério!

Tsug


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 Bairro Bonfim 

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Bairro Bonfim - BH
O bairro Bonfim, localizado na região Noroeste da Belo Horizonte, teve sua origem e nome ligados ao Cemitério do Bonfim, inaugurado em 8 de fevereiro de 1897. Sendo o mais antigo cemitério situado na capital mineira, ele abriga jazigos de famílias tradicionais da sociedade belorizontina.

O cemitério, marco inicial do bairro, foi construído pela determinação da Comissão Construtora da Nova Capital, como forma de evitar que os defuntos fossem sepultados na região central. Inicialmente os mortos eram enterrados no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, mas logo foi ordenada a utilização de um cemitério provisório no espaço onde hoje cruzam as ruas Rio de Janeiro, Tamoios, São Paulo, Tupis e Avenida Amazonas. Após o erguimento do Cemitério do Bonfim (170.036 m²) numa área além do perímetro urbano (delimitado pela atual Avenida do Contorno) conhecida como "Alto dos Meneses", os sepultamentos foram transferidos para lá.

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Em 1909 foram instaladas linhas férreas que ligavam o bairro Bonfim ao centro de Belo Horizonte. Esse foi o principal meio de transporte coletivo do município até a década de 60, já que, no dia 30 de julho de 1963, as seis linhas remanescentes de bondes fizeram sua última viagem e os trilhos foram retirados das ruas da capital.

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A boemia é outro traço marcante do bairro Bonfim. Tradicionalmente, a região sempre foi conhecida pelos numerosos bares e cabarés, que agitavam a vida noturna da cidade de Belo Horizonte.

Atualmente, o bairro Bonfim mantém a paisagem urbana da época de sua fundação, ilustrada pelos antigos galpões, lojas, casarões e casas centenárias. Segundo estimativas, o bairro possui cerca de 6 mil moradores.

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 Loira do Bonfim 

marcusagm Instagram profile with posts and stories - Picuki.comUma lenda urbana surgida na década de 40, talvez a mais conhecida de Belo Horizonte, também é muito marcante na história do bairro Bonfim. Segundo relatos, existia uma mulher loira muito atraente que usava vestido branco e frequentava bares e pontos de bonde da região central da cidade pela madrugada. Após atrair a atenção de boêmios, ela pedia para que eles a acompanhasse com o bonde até sua casa, situada no bairro Bonfim. Sem resistir ao assédio, as vítimas seguiam com a loira até esse destino. Mas ao chegar à porta do cemitério, a mulher revelava que aquela era sua morada e misteriosamente desaparecia, causando pavor nos acompanhantes.
Inicialmente, condutores do bonde temiam o expediente de madrugada e as pessoas buscavam outros meios de transporte para evitar a loira. Com o passar dos tempos e a popularização dos automóveis, a lenda começou a assombrar os taxistas de Belo Horizonte. Diversos taxistas já relataram ter transportado loiras até o Bonfim durante a madrugada, que simplesmente desapareciam após passar pelo portão do cemitério.





 Relatos 

Em certa ocasião, uma loira se dirigiu a uma delegacia do bairro Lagoinha (bairro ao lado do Bonfim) onde pediu a um policial que a acompanhasse a sua casa. Porém, chegando ao Cemitério do Bonfim, ela anunciou que aquela era sua casa e novamente desapareceu.

Resultado de imagem para loira do bonfim bhUm taxista também admitiu ter conduzido uma loira, que usava roupas brancas, do bairro Mangabeiras até o Cemitério do Bonfim, onde tudo teria acontecido. Durante o percurso, ele tentou puxar papo com ela, mas a mulher dava curtas respostas e demonstrava ansiedade em chegar ao destino. Assim que o táxi entrou pela Rua Bonfim (a principal rua do bairro que leva até ao cemitério), o carro se encheu de um perfume muito forte de cravo, e a loira passou a falar com uma voz diferente, melancólica, se mantendo sempre cabisbaixa e evitando respostas muito longas. Chegando ao endereço passado pela loira, o taxista percebe que se tratava da porta do Cemitério do Bonfim. Encabulado com aquilo, o motorista olhou para o cemitério, e logo voltou sua atenção para o retrovisor para ver a moça no banco de trás. Mas para aumentar seu pavor, a passageira não estava no interior do carro. Ela já se encontra fora do veículo, de costas, vestindo uma camisola longa desfeita em trapos, com os cabelos desgrenhados e cheios de terra, caminhando rumo aos portões do cemitério. Por impulso, ele saiu do carro e foi até ela. Mas quando ela se virou, o taxista percebeu que seu rosto tinha uma aparência macabra: com olhos fundos e roxos, algodão nos ouvidos e nariz e marcas de pontos no pescoço descendo ao peito. Ao ver essa cena, o taxista fugiu, enquanto a loira continuou sua caminhada até o interior do cemitério.




Há também os que juram que a loira não passa de um vulto meio indefinido que aparece para os frequentadores das regiões boêmias existentes nas imediações do bairro do Bonfim

Em abril de 2001, uma mulher loira vestida de branco, com chumaços de algodão no ouvido e aparência assustadora foi vista ao arredor do cemitério, tentando invadir casas do bairro Bonfim. Uma das moradoras, Maria das Graças Rodrigues dos Santos (40 anos), relatou o que seu marido viu após sair para trabalhar:

"Ele disse que achou estranho porque viu uma mulher com aparência de fantasma andando pela rua."

Mas após investigação da vizinhança, logo foi descoberto que aquilo não se passava de uma atuação. Um grupo de atores haviam ido até a região para encenar a lenda da "Loira do Bonfim". Fantasiados até de policiais, eles circularam pelo local. O aposentado Marcos William Dias, de 60 anos, contou que viu a mulher e achou graça:

“Bom, era muita coincidência uma loira no cemitério e logo à noite. Acho que lendas não se repetem"

 Já a promotora de vendas, Michele Reis, de 36, disse que alguns moradores ficaram muito assustados, mas logo acharam graça quando tudo foi esclarecido:

"Todo mundo saiu para a rua suspeitando da história. Alguns apreensivos e outros doidos para verem a loira".



 Teorias 

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Dirceu Pereira
Embora existam registros e relatos sobre o aparecimento da Loira do Bonfim, suspeita-se que essa lenda tenha sido criada pelo jornalista Felipe Drummond e difundida pelo radialista Pedro Luiz Carrapeta e pelo apresentador televisivo Dirceu Pereira para criar um clima de medo e sensacionalismo.

Acredita-se que a fama da lenda da “Loira do Bonfim” tenha apresentado um auge na década de 80, em virtude do programa “O Povo na TV” da TV Alterosa. Apresentado por Dirceu Pereira, era um programa muito sensacionalista, que buscava manter e ganhar audiência por meio de temas polêmicos. Dessa forma, “O Povo na TV” resgatou a lenda da “Loira do Bonfim”, rendendo-a por vários programas o que contribuiu para sua difusão e popularização. Em diversas ocasiões, a equipe do programa se reuniu com os telespectadores em vigílias no Cemitério do Bonfim à meia-noite a procura da loira. Alguns dos presentes relataram a aparição de vultos, sensações estranhas, uma atmosfera ruim, ruídos e barulhos de corrente. Mas nunca foi obtida nenhuma prova mais concreta da existência da loira.

Segundo alguns relatos, essa loira poderia ser uma noiva que havia sido abandonada pelo amado no altar da igreja, no dia do casamento. Inconformada com aquele infortúnio, ela cometeu suicídio e foi sepultada no cemitério do Bonfim. Desde então, a alma vaga por Belo Horizonte à procura de um noivo.

Alguns coveiros e marmoristas do Bonfim acreditam que ela seria na verdade uma travesti que perambulava pelo bairro boêmio, cujo pai trabalhava no cemitério.

Há quem diga que essa loira poderia ser uma das muitas prostitutas que atuam na região do Mangabeiras, nas imediações da avenida Afonso Pena, provavelmente morta por ali em seu "trabalho" e enterrada no Bonfim. Por causa disso, ela pegaria taxis no bairro das Mangabeiras até o cemitério.

Cabana do Terror: LOIRA DO BONFIM - A assombração que te leva até ...


 Mídias 

A lenda da “Loira do Bonfim” foi exaustivamente narrada por cronistas e radialistas da cidade, chegando inclusive às telas do cinema através de um curta-metragem de 10 minutos, dirigido e produzido por Ricardo Horta em 1998.

O poeta Carlos Drummond de Andrade faz menção a esse mito belo-horizontino em seu poema “Canção da Moça-Fantasma de Belo Horizonte”, incluído no livro “O Sentimento do Mundo”, cujos versos dizem:

“Eu sou a Moça-Fantasma / que espera na Rua do Chumbo / o carro da madrugada. / Eu sou branca e longa e fria, / a minha carne é um suspiro / na madrugada da serra. / Eu sou a Moça-Fantasma. / O meu nome era Maria, / Maria-Que-Morreu-Antes. / Sou a vossa namorada / que morreu de apendicite, / no desastre de automóvel / ou suicidou-se na praia / e seus cabelos ficaram / longos na vossa lembrança. / Eu nunca fui deste mundo: / Se beijava, minha boca / dizia de outros planetas / em que os amantes se queimam / num fogo casto e se tornam / estrelas, sem ironia. / Morri sem ter tido tempo / de ser vossa, como as outras.”

“(...) As moças que ainda estão vivas / (hão de morrer, ficai certos) / têm medo que eu apareça / e lhes puxe a perna... Engano. / Eu fui moça, Serei moça / deserta, per omnia saecula. / Não quero saber de moças. / Mas os moços me perturbam. / Não sei como libertar-me. / Se o fantasma não sofresse, / se eles ainda me gostassem / e o espiritismo consentisse, / mas eu sei que é proibido / vós sois carne, eu sou vapor. / Um vapor que se dissolve / quando o sol rompe na Serra. / Agora estou consolada, / disse tudo que queria, / subirei àquela nuvem, / serei lâmina gelada, / cintilarei sobre os homens. / Meu reflexo na piscina da Avenida Paraúna, / (estrelas não se compreendem), / ninguém o compreenderá.”


O escritor e ilustrador galego Miguelanxo Prado (Corunha, Galiza, 1958) produziu “Belo Horizonte” para a coleção Cidades Ilustradas, da editora Casa 21, obra lançada em 2003, cujo enredo trata de uma mulher loira que morava no cemitério do Bonfim, e por quem o protagonista, um espanhol enviado a Belo Horizonte por sua empresa, se encheu de amores.

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Lacarmélio Alfeo de Araújo, o famoso quadrinista de rua da cidade de Belo Horizonte conhecido como Celton, desenhou uma edição de seus quadrinhos em 1998 no qual a “Loira do Bonfim” era a protagonista.

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Na loja online “Made in BH” é possível encontrar alguns souvenirs como capinhas de celular e até mesmo cerveja artesanal em alusão à lenda da “Loira do Bonfim”.

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 Referências 

Bairros de Belo Horizonte à https://goo.gl/drDc6f
Blog Assombrado à https://goo.gl/R8zVbL
João de Freitas à https://goo.gl/CQisJh
Jornal do Padre Eustáquio à https://goo.gl/mrCuyr
Jornal Super Notícias à https://goo.gl/SsDeYq
Made in BH à https://goo.gl/4pSEiE
Portal E7 à https://goo.gl/udwsMC
Prefeitura de Belo Horizonte à https://goo.gl/BrfqGY
Wikipedia à https://goo.gl/kT3J5d

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